O candidato conservador Porfirio Lobo, vencedor da polêmica eleição hondurenha de domingo, disse na segunda-feira que Manuel Zelaya, deposto do governo em junho, já faz parte do passado.
Vários governos latino-americanos, inclusive do Brasil, reivindicavam que Zelaya fosse restituído ao poder antes da eleição, e por isso decidiram não reconhecer o resultado do pleito. Já os Estados Unidos viram a eleição como uma solução para a prolongada crise política hondurenha.
"Estou aqui alegre, vendo o futuro, e vocês aqui (falando em) 'Zelaya'. Zelaya já é história, já é parte do passado", disse Lobo a jornalistas.
Zelaya está refugiado desde setembro na embaixada do Brasil, de onde mobilizava seus seguidores para tentar voltar ao poder e cumprir o resto do seu mandato, que terminaria em janeiro.
Ele e o presidente de facto, Roberto Micheletti, chegaram a assinar um acordo, afinal descumprido, pelo qual caberia ao Congresso decidir pela volta de Zelaya ao poder. Por isso Lobo disse que não pretende se intrometer no assunto, ao menos por enquanto.
"Este governo (de Micheletti) tem de terminar com todos os problemas hoje pendentes (...). Se não, se sobrar alguma coisa para mim, aí veremos o que vamos fazer".
O presidente eleito afirmou que sua prioridade será resolver os problemas resultantes da crise econômica, já que a redução da demanda por exportações para os EUA atingiu em cheio Honduras, onde 70 por cento da população vive na pobreza.
Zelaya disse no domingo à Reuters que não aceitará voltar ao poder depois das eleições porque isso seria legitimar os autores do golpe de Estado. O Congresso deve decidir no dia 2 de dezembro sobre a sua restituição, embora o presidente deposto considere "morto" o acordo nesse sentido.
Os EUA reconheceram o resultado eleitoral de domingo, mas disseram que Honduras precisa dar mais passos para restaurar a democracia e estabelecer um processo de reconciliação nacional.
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