O presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, disse que tenta convencer o mandatário interino do país, Roberto Micheletti, a abandonar o cargo antes que o novo governo tome posse em 27 de janeiro, para que Honduras supere a grave crise política gerada pelo golpe de Estado de 28 de junho do ano passado.
"É um tema que está no diálogo que iniciamos para que o povo de Honduras pare de sofrer e exista paz na nação", disse Lobo. "Micheletti deve ajudar Honduras e deixar o poder porque nesta crise não devem existir vencidos nem vencedores. Seguimos com o diálogo para que seja cumprido o acordo Tegucigalpa-San José."
O pacto citado foi assinado em outubro entre Micheletti e o presidente deposto José Manuel Zelaya, com o objetivo de estabelecer um governo de transição e reconciliação nacional, além do estabelecimento de uma comissão para conhecer os fatos anteriores e posteriores ao golpe de Estado.
Apesar do apelo, Micheletti reiterou que ficará no poder até que Lobo assuma. Sobre o destino de Zelaya, abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa desde 21 de setembro do ano passado, Lobo assegurou que "o Congresso determinou por ampla maioria que ele não deve ser restituído ao cargo".
"Zelaya agora é um ex-presidente por decisão própria, ao submeter sua sorte ao legislativo" em dezembro, afirmou Lobo.
Além de tentar apaziguar a situação política interna do país, Lobo já avisou que irá priorizar as relações internacionais, muito afetadas pela deposição de Zelaya.
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