O presidente eleito do Haiti, René Préval, pediu aos governos mundiais na segunda-feira que reforcem as colaborações de longo prazo para seu país, para que a democracia não corra riscos.
"Há uma forte correlação entre democracia e desenvolvimento econômico", disse Préval ao Conselho de Segurana da ONU, afirmando que não será possível manter a democracia no Haiti se a comunidade internacional não aumentar a ajuda que já vem dando ao país.
Préval também fez um apelo a políticos e grupos civis haitianos para que trabalhem junto com o governo com o objetivo de criar um clima "de bom governo, democracia e participação".
O presidente eleito já foi aliado do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, que deixou o poder em meio a uma revolta armada em fevereiro de 2004 e sob pressão internacional. Desde então, o país foi governado por uma administração de transição, com o apoio de uma missão de paz da ONU, liderada pelo Brasil.
A posse de Préval estava prevista para o dia 29 de abril, mas deve ser adiada por causa do atraso no segundo turno das eleições parlamentares. O presidente eleito afirmou que a missão de paz da ONU, composta por cerca de 7.500 soldados e 1.700 policiais internacionais, precisa continuar dedicada a manter a frágil segurança no Haiti.
Segundo ele, a reforma na força policial e no sistema legal haitianos tambm são vitais para "estabelecer um ambiente no qual a lei sobrepuje a violência".
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que o Haiti está "apenas começando sua longa jornada na direção de um futuro estável e democrático".
"O país precisa de nossa atenção e a merece, para chegar a seu destino. Isso significa uma parceria vigorosa entre a liderança e o povo do Haiti, por um lado, e com a comunidade internacional, por outro", disse.
Segundo a apuração inicial das eleições de 7 de fevereiro, Préval havia obtido pouco menos da maioria necessária para vencer no primeiro turno. Mas, depois de protestos violentos dos eleitores, que alegavam ter havido fraude, as autoridades eleitorais acabaram declarando-o vencedor.