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O presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, pediu que o Mercosul se "ajuste aos novos tempos", já que os quatro países-membros - Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai - "não são os mesmos" do cenário de 1991, quando o bloco foi fundado.
"Minha intenção é revitalizar o Mercosul, acredito que sempre seremos melhores unidos como um bloco, e não tentando negociar cada um por si", disse Peña, do Partido Colorado, em entrevista publicada nesta quinta-feira (4) pelo portal argentino "Infobae".
O político e economista de 44 anos reconheceu que as assimetrias no Mercosul "são muito grandes", enfatizando a necessidade de aprofundar a integração do Paraguai aos mercados de Brasil e Argentina.
"Embora tenhamos avançado em um processo de eliminação de barreiras tarifárias, ainda temos muitas que não são tarifárias. A conexão física ainda é um impedimento. Temos que avançar na unificação das passagens de fronteira e em uma maior conectividade", comentou.
"Hoje o Paraguai é como se fosse o Canal do Panamá, a rota que torna o caminho mais curto entre Pacífico e Atlântico, e isso representa uma mudança tremenda no que era a construção do Mercosul há alguns anos", acrescentou o presidente eleito, reiterando sua disposição de dar um "novo impulso" ao Mercosul.
No último domingo, Peña venceu as eleições gerais do Paraguai com 42,74% dos votos, superando o candidato da oposição, o liberal Efraín Alegre, que, segundo os resultados provisórios, obteve 27,48% dos votos.