O presidente da Colômbia, Gustavo Petro| Foto: EFE/ Presidencia de Colombia
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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, atacou nesta quinta-feira (12) o empresário Elon Musk, dono da rede social X, acusando-o de ter "propensão para os nazistas" e alegando que ele pode fechar “a qualquer momento” sua conta na plataforma, usada diariamente pelo político de esquerda.

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“Agora as redes, por terem demonstrado sua capacidade alternativa em todo o mundo, estão sendo compradas pelas pessoas mais ricas do mundo, como fizeram na Colômbia. Agora, onde eu me expresso, há um senhor com propensão para os nazistas, Elon Musk”, disse Petro em um evento de veículos da imprensa alternativa, comunitária e digital em Armenia, capital do departamento de Quindío.

"A qualquer momento ele fecha minha conta, e então a tese do [antigo ditador chileno Augusto] Pinochet, [do] silêncio diante da barbárie, se aplica”, acrescentou, sem dar indícios ou apresentar provas de que isso esteja prestes a acontecer.

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Desde antes de assumir o cargo, em agosto de 2022, Petro fez dessa rede social o meio mais comum de ele se comunicar com os cidadãos colombianos. Como presidente, a utiliza diariamente para informar sobre suas atividades e propostas ou expressar opiniões sobre uma ampla gama de temas, o que lhe rendeu críticas dentro do país por “governar no X”.

Petro também tem usado o X como palco de confrontos com opositores, jornalistas e políticos de outros países, como o presidente da Argentina, Javier Milei.

Atualmente, Musk está protagonizado embates em vários países, inclusive no Brasil, onde foi incluído pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito das milícias digitais. A rede social do empresário está suspensa no país desde 30 de agosto, após se recusar a cumprir ordens consideradas como ilegais emitidas por Moraes de remoção de conteúdo e bloqueio de perfis, sendo vários ligados à direita brasileira.

Petro diz que existe um plano para assassiná-lo

No evento, Petro insistiu nesta quinta-feira na alegação de que existiria um plano para assassiná-lo ou “derrubá-lo” por meio de um golpe de Estado e que “a ordem foi dada”. Ele, porém, não apresentou qualquer indício ou provas dessas alegações.

Essa alegação tem sido constante em seus discursos nas últimas semanas devido às investigações sobre o financiamento irregular da campanha que o levou ao poder.

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De acordo com Petro, seus opositores insistem que "o presidente violou a lei para produzirem um processo político de impeachment na Comissão de Acusações da Câmara com muito dinheiro envolvido por trás".

“Eles não querem que digamos isso, porque querem que, no último dia, quando já tiverem destituído o presidente, como fizeram na Bolívia, como fizeram no Brasil, como fizeram no Peru, matando pessoas, então as pessoas descuidadas permitirão que o próximo presidente da República neste período presidencial (2022-2026) seja o senhor Cepeda, presidente do Senado”, acrescentou.

O senador conservador Efraín Cepeda Sarabia, que preside o Senado desde 20 de julho, tem criticado as políticas de Petro e, nesta semana, expressou rejeição ao novo projeto de reforma tributária apresentado pelo governo.

“É a máfia que paga para que o presidente da Colômbia seja assassinado ou removido do cargo o mais rápido possível. Então vamos às ruas, amigos e amigas, não podemos dormir. Se foi destruído o triunfo popular de 2022, teremos mais três gerações pela frente [...] mergulhadas na violência”, alegou Petro.

Ele também se comparou ao ex-presidente chileno Salvador Allende, por ocasião do 51º aniversário do golpe de 1973. De acordo com o governante, “a mesma coisa está acontecendo na Colômbia, mas de uma forma mais sofisticada”.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]