A presidente da Geórgia, Salome Zurabishvili, afirmou neste sábado (30) que não deixará o cargo no fim do ano, após a derrota de seu partido nas eleições legislativas, realizadas em outubro. De acordo com Zurabishvili, o pleito foi fraudado e teve forte influência do regime de Vladimir Putin no resultado.
"Não há parlamento legítimo e, portanto, um parlamento ilegítimo não pode eleger um novo presidente. Assim, nenhuma posse pode ocorrer, e meu mandato continua até que um parlamento legitimamente eleito seja formado", disse a política, em entrevista coletiva na manhã de hoje.
Em meio a denúncias de fraudes nas urnas, o partido Sonho Georgiano, comandado pelo bilionário Bidzina Ivanishvili, foi declarado vencedor nas eleições legislativas do mês passado. A vitória da sigla, próxima ao regime do ditador russo Vladimir Putin, é um duro golpe para a oposição e para a presidente, que pretendia se afastar politicamente do Kremlin e fortalecer a candidatura do país à União Europeia (UE), oficiliazada em 2022.
Principal opositora a Bidzina Ivanishvili, Salome Zurabishvili anunciou há alguns dias que foi à Justiça para contestar o resultado das eleições. À época, o Parlamento Europeu, por meio de representantes que acompanharam a eleição na Geórgia, reiterou que o processo eleitoral sofreu “grave manipulação”, com forte “desequilíbrio de condições entre os candidatos”, especialmente em zonas rurais do país.
Paralelas às declarações da presidente do país, diversas manifestações estouraram na Geórgia desde o anúncio da vitória de Bidzina Ivanishvili. A maior reclamação dos manifestantes é o já prometido afastamento da futura gestão em relação às negociações de adesão à União Europeia, projeto defendido há décadas por parcelas da sociedade georgiana.
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