O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse ontem que a existência de Israel é um "insulto à humanidade" e voltou a defender o fim do Estado judaico. Os ataques verbais surgem em meio a crescentes ameaças de um bombardeio israelense contra o Irã, que nega acusações de estar fabricando uma bomba atômica. "Confrontar a existência do regime sionista fabricado equivale na verdade a proteger os direitos e a dignidade de todos os seres humanos", discursou Ahmadinejad diante de milhares de pessoas na Universidade de Teerã.
Recebido com gritos de "morte a Israel" e "morte aos EUA", o pronunciamento fez parte da celebração do Dia de Quds, como é chamada Jerusalém pelos muçulmanos. A comemoração anual acontece no Irã durante a última sexta-feira do Ramadã.
Embora defenda o desaparecimento de Israel, Teerã nunca disse que atacaria o país. Segundo analistas, a retórica agressiva é parte de um posicionamento político voltado para consumo interno.
Na véspera, o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que Israel é uma "excrescência sionista que desaparecerá do mapa". A escalada da retórica soa como resposta ao debate nos círculos políticos e militares israelenses sobre a possibilidade de atacar o Irã.
Khamenei falou que a "estrela da esperança" que brilhou no Irã durante sua Revolução Islâmica e na guerra de 1980-1988 com o Iraque "também irá brilhar pelos palestinos e sua terra islâmica será devolvida definitivamente à nação palestina".