Ameaça
Hezbollah afirma que pode matar milhares de israelenses
O braço libanês do Hezbollah, apoiado pelo Irã, afirmou ontem que poderia matar dezenas de milhares de israelenses ao atingir alvos específicos em Israel com o que descreveu como foguetes de precisão.
O secretário-geral do grupo, Hassan Nasrallah, afirmou durante um discurso televisionado que não iria revelar quais eram os alvos e nem se os foguetes eram armas recém adquiridas.
"Digo aos israelenses que há uma certa quantidade de alvos, não um número tão grande, que pode ser atingida com foguetes de precisão que nós temos", afirmou Nasrallah, em referência às instalações nucleares israelenses.
Israel, o único país do Oriente Médio que não é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, nunca confirmou ou negou ter armas nucleares.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse ontem que a existência de Israel é um "insulto à humanidade" e voltou a defender o fim do Estado judaico. Os ataques verbais surgem em meio a crescentes ameaças de um bombardeio israelense contra o Irã, que nega acusações de estar fabricando uma bomba atômica. "Confrontar a existência do regime sionista fabricado equivale na verdade a proteger os direitos e a dignidade de todos os seres humanos", discursou Ahmadinejad diante de milhares de pessoas na Universidade de Teerã.
Recebido com gritos de "morte a Israel" e "morte aos EUA", o pronunciamento fez parte da celebração do Dia de Quds, como é chamada Jerusalém pelos muçulmanos. A comemoração anual acontece no Irã durante a última sexta-feira do Ramadã.
Embora defenda o desaparecimento de Israel, Teerã nunca disse que atacaria o país. Segundo analistas, a retórica agressiva é parte de um posicionamento político voltado para consumo interno.
Na véspera, o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que Israel é uma "excrescência sionista que desaparecerá do mapa". A escalada da retórica soa como resposta ao debate nos círculos políticos e militares israelenses sobre a possibilidade de atacar o Irã.
Khamenei falou que a "estrela da esperança" que brilhou no Irã durante sua Revolução Islâmica e na guerra de 1980-1988 com o Iraque "também irá brilhar pelos palestinos e sua terra islâmica será devolvida definitivamente à nação palestina".