O presidente israelense, Moshe Katsav, informou ao Parlamento nesta quarta-feira que vai tirar licença. A decisão foi tomada depois que promotores anunciaram pretender acusá-lo de estupro e de uma série de outros abusos sexuais, disse uma emissora de TV.
O Canal Dois de televisão disse que Katsav informou o presidente do Knesset (Parlamento) de sua decisão depois de pedidos na Casa por sua renúncia. De acordo com a lei israelense, um presidente não pode ser levado a julgamento enquanto estiver no cargo.
Alegações contra Katsav, nascido no Irã, provocaram reações emotivas em Israel, onde a presidência deveria ser um exemplo de moralidade.
O escândalo surgiu no ano passado, quando diversas ex-funcionárias apresentaram queixa na polícia acusando-o de assédio sexual.
O Ministério da Justiça apresentou quatro supostas vítimas na proposta de indiciamento e disse na terça-feira que pretende acusar Katsav de estupro de uma delas, uso do poder para forçar outra a fazer sexo com ele e de cometer atos indecentes contra todas elas.
O procurador-geral de Israel, Menachem Mazuz, disse que vai conceder uma audiência a Katsav e que a data será marcada em breve para que apresente as questões legais antes da formulação das acusações finais.
Caso deixe definitivamente o cargo, Katsav poderá ser substituído por Shimon Peres, atual vice-premier e um dos mais fortes possíveis candidatos.