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Itália

Presidente italiano revê novo pacto da coalizão de Prodi

O presidente da Itália começou na sexta-feira uma nova rodada de reuniões para decidir se Romano Prodi pode permanecer como primeiro-ministro e garantir um governo estável de centro-esquerda.

Prodi, vencedor em abril passado da eleição mais acirrada na Itália desde a Segunda Guerra Mundial, obteve o apoio crucial de seus aliados numa reunião na noite de quinta-feira, um dia depois de renunciar devido a uma revolta interna na coalizão, que reúne de centristas católicos a comunistas radicais.

Agora, Prodi precisa convencer o presidente Giorgio Napolitano, que vem fazendo consultas a líderes políticos, de que pode reunir apoio suficiente para manter um gabinete estável.

Os jornais italianos dizem que Prodi está tentando ampliar sua maioria parlamentar - tem apenas uma cadeira de vantagem no Senado - atraindo políticos centristas atualmente fora do governo.

``Estou buscando mais votos. Quero continuar lutando, mas preciso de força'', disse Prodi a seus aliados na noite de quinta, segundo o jornal esquerdista La Repubblica.

O ex-comunista Napolitano começou o segundo dia de consultas a líderes partidários e parlamentares às 9h (6h em Brasília). Se considerar que há garantias políticas, deve pedir a Prodi que vá ao Parlamento apresentar seu gabinete para um voto de confiança ou que forme um novo governo.

A atual crise é complexa mesmo pelos padrões italianos de governos rotatórios e crises bizantinas, o que significa que não há garantia de que uma solução será achada na sexta-feira.

Analistas dizem que qualquer coalizão montada por Prodi será tão vulnerável quanto a que rachou e o derrubou na quarta-feira, quando a ala mais à esquerda impôs ao governo uma dura derrota em questões de política externa no Senado.

``As divisões políticas são tão profundas que é difícil ver por que, em médio prazo, um novo governo Prodi seria mais estável que o primeiro, a despeito do que digam os partidos'', afirmou Susana Garcia, analista do Deutsche Bank.

Na reunião de quinta-feira, todos os aliados de Prodi assinaram um programa de governo ``não-negociável'' de 12 itens, dando a Prodi a última palavra em caso de conflito dentro da coalizão.

Um desses itens é o respeito aos compromissos internacionais da Itália, o que inclui a presença militar no Afeganistão - um dos motivos do racha desta semana.

Num sinal de que Prodi tenta atrair católicos e políticos moderados atualmente fora do governo, o programa não cita uma lei que reconhece os direitos de casais não casados e homossexuais. O projeto, aprovado neste mês pelo gabinete, sofre oposição do Vaticano.

A oposição de centro-direita insiste na deposição de Prodi. ''Qualquer tentativa de ressuscitar o governo Prodi vai fracassar desde o início'', afirmou o empresário Silvio Berlusconi, líder da oposição, que pretende voltar ao cargo de primeiro-ministro caso haja eleições antecipadas.

Berlusconi deixou de se reeleger no ano passado por uma diferença de apenas 24 mil votos, mas as pesquisas sugerem que seu grupo de centro-direita poderia vencer se houver nova votação.

Mas convocar eleições seria uma solução drástica para Napolitano, e parece improvável. Outra opção seria formar um governo de tecnocratas apartidários.

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