Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Crise no Líbano

Presidente libanês pede que Exército assuma segurança do país

O presidente libanês, Emile Lahoud, que está deixando o cargo, pediu nesta sexta-feira ao Exército que assuma o controle da segurança do país, após líderes oposicionistas não chegarem a um acordo sobre seu sucessor, o que deixa um vácuo na Presidência a partir de meia-noite.

Em comunicado lido em seu nome, Lahoud disse que "os perigos de um estado de emergência" existem e encarrega ao "Exército a autoridade de manter a segurança".

Lahoud considera o governo comandado pelo primeiro-ministro Fouad Siniora ilegítimo.

O Parlamento não conseguiu reunir quorum suficiente para escolher um novo presidente, desperdiçando a última oportunidade para nomear o sucessor de Lahoud.Até agora não houve nenhum acordo

Um comunicado emitido pelo gabinete do presidente da Câmara, Nabih Berri, afirmava que decidiu adiar a sessão para a próxima sexta-feira, a fim de "permitir consultas adicionais que possibilitem um consenso para a eleição do presidente".

A constituição libanesa prevê que o presidente, que deve pertencer à comunidade cristão-maronita, seja eleito entre 25 de setembro e 24 de novembro.

Até agora não houve nenhum acordo entre a maioria e a oposição, apesar das tentativas conciliadoras de líderes locais e regionais e da comunidade internacional, principalmente de ministros de Assuntos Exteriores de Espanha, França e Itália, que visitaram várias vezes o Líbano, ontem pela última vez.

- O Governo preencherá o vazio constitucional. Não é uma solução perfeita, embora (possa servir como regra) temporária segundo um acordo tácito entre todas as partes - afirmou o deputado da maioria Michel Pharaon.

Antes da votação, o clima no Parlamento era de expectativa, confusão e nervosismo.

Os deputados da maioria chegavam ao Parlamento em carros blindados e com vidros escuros, enquanto os da oposição, como já ocorreu em ocasiões anteriores, foram à câmara, mas não entraram no plenário no momento da votação.

Como não conseguiu quorum, o presidente da câmara, o xiita Nabih Berri, suspendeu a sessão.

Pharaon disse que o acordo tácito entre as duas partes afirmava que "a maioria parlamentar não elegerá um presidente por maioria simples, enquanto a oposição aceitará, de modo indireto, o atual Governo de Siniora".

- Embora não tenhamos chegado a uma solução antes do prazo constitucional, as iniciativas e contatos continuam - acrescentou.

- Os deputados se consideram em período eleitoral até a escolha de um novo líder - afirmou Pharaon.

País poderá ficar sem presidente por pelo menos uma semana

Segundo a constituição, Lahoud, que ocupa o cargo há nove anos - após uma prorrogação de três anos apoiada pela Síria - termina o seu mandato na meia-noite de sexta para sábado.

Caso abandone antes da hora o Palácio Presidencial de Baabda, o país ficará sem presidente por pelo menos uma semana, até a próxima sessão parlamentar, mas pode ser por mais tempo se não entrarem num consenso.

O vice-presidente da Câmara e deputado da maioria, Farid Makari, já declarou que "se (o presidente) decidir ficar, será um crime contra a constituição, o que é punido pela lei".

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.