O presidente palestino, Mahmoud Abbas, que governa pequenas áreas da Cisjordânia ocupada através da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e não tem controle sobre Gaza, pediu neste sábado (7) o fim da "atual escalada israelense" contra a Faixa de Gaza durante conversa por telefone com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken.
Abbas "enfatizou a necessidade de parar a atual escalada israelense contra o povo palestino" e afirmou que a raiz da atual situação - uma guerra que eclodiu após um ataque surpresa a partir de Gaza contra Israel por parte do grupo Hamas - se deve às "práticas colonialistas" e às ações das forças israelenses, bem como à "agressão" contra locais islâmicos como a mesquita de Al-Aqsa.
"É para isto que estamos alertando, para além do bloqueio do horizonte político" na Palestina que, segundo Abbas, tem sido crônico por parte de Israel, que "não capacitou" os palestinos "com o seu legítimo direito à autodeterminação". O presidente palestino advertiu que "a falta de implementação de resoluções de legitimidade internacional" por parte de Israel e "a opressão à qual o povo palestino está exposto é o que está empurrando as coisas para uma explosão cujas consequências ninguém poderá suportar", segundo a agência de notícias oficial palestina Wafa.
Abbas também falou por telefone com o presidente da França, Emmanuel Macron, a quem transmitiu uma mensagem semelhante. A ANP liderada por Abbas - deslegitimada internamente e com uma popularidade em declínio em todos os territórios palestinos - é a única entidade reconhecida pela comunidade internacional, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), que a veem como o seu principal parceiro e interlocutor entre os palestinos.
No entanto, a ANP e o seu partido no poder, o Fatah, não têm o controle e estão em conflito com o Hamas em Gaza, que os expulsou à força da Faixa de Gaza em 2007, criando uma divisão entre as facções palestinas ainda vigentes. Isto significa que a capacidade de Abbas e da ANP para intervir na atual situação na região é muito limitada, com quase nenhum peso ou influência, como em conflitos armados anteriores entre Israel e Hamas, em que os mediadores foram Egito, Catar e ONU.
Após a sua ofensiva contra Israel, a direção do Hamas pediu para que os palestinos da Cisjordânia e com cidadania israelense também lutassem contra o Estado judaico. Até agora, foram registrados confrontos entre palestinos e tropas israelenses em partes de Jerusalém Oriental e em toda a Cisjordânia, com seis palestinos mortos em confrontos com as tropas israelenses.
A isto se juntam as mortes resultantes do conflito entre Israel e as milícias palestinas, que em pouco mais de 12 horas causou um total de quase 500 mortos de ambos os lados. Cerca de 250 pessoas morreram em Israel na sequência do ataque do Hamas, enquanto os bombardeios aéreos israelenses de represália mataram 232 em Gaza.
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