Hamas apoia adesão palestina a Tribunal Internacional
Hamas assinou um promessa de apoiar qualquer proposta palestina para se juntar Tribunal Penal Internacional (TPI), disseram duas autoridades do grupo neste sábado. A decisão poderá expor Israel - bem como o Hamas - a investigações de crimes de guerra.
O presidente palestino Mahmoud Abbas debateu durante meses sobre sua adesão ao tribunal, uma medida que transformaria suas relações com Israel de tensas a abertamente hostis.
No mês passado, Abbas obtive promessas por escrito de apoio do movimento Fatah, do qual faz parte, e de outras facções na Organização para a Liberação da Palestina, e disse que também buscaria um apoio formal do Hamas, seu principal rival político.
Hamas disse durante semanas que estava estudando a ideia. Se Abbas recorrer ao tribunal, o Hamas poderá ser investigado por seu lançamento de foguetes indiscriminadamente contra Israel por mais de uma década, enquanto Israel poderia ser investigado por suas ações na atual guerra de Gaza, bem como sobre a construção de assentamentos nas terras conquistadas durante os confrontos.
Abbas se reuniu nos últimos dois dias no Qatar com o principal líder do Hamas exilado, Khaled Mashaal. Mais cedo neste sábado, um dos líderes do Hamas Moussa Abu Marzouk escreveu em sua página do Facebook que o "Hamas assinou um documento" de apoio que Abbas pediu. Outro membro do Hamas Izzat Rishq confirmou que o documento foi assinado. A publicação no Facebook foi divulgada nos sites de notícias do grupo.
Abu Marzouk e Rishq não explicaram as razões do Hamas para ter aceitado apoiar a proposta da participação palestina. Os assessores de Abbas não fizeram nenhum comentário e não houve nenhuma reação imediata de Israel, que se recusou a se juntar ao tribunal.
Recorrer ao Tribunal Penal Internacional (TPI) se tornou uma opção para Abbas em 2012, depois da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) ter reconhecido a "Palestina" na Cisjordânia, Gaza e leste de Jerusalém, terras capturadas por Israel em 1967, como um estado observador não-membro. A melhora da classificação para um estado abriu a porta para o pedido para que o tribunal tenha jurisdição na Palestina.
Agência Estado
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, pediu uma retomada urgente das negociações de paz no sábado, enquanto a violência continuou inabalável na Faixa de Gaza, com Israel realizando ataques aéreos e militantes disparando foguetes.
As autoridades de saúde de Gaza disseram que cinco pessoas, incluindo duas crianças, foram mortas em um ataque israelense numa casa no centro de Gaza. Mais três palestinos foram mortos em outros ataques.
O exército israelense disse que bombardeou cerca de 20 alvos em toda a faixa dominada pelo Hamas, incluindo lançadores de foguetes e esconderijos de armas. Eles disseram que os militantes de Gaza haviam disparado mais de 20 foguetes contra Israel e não houve vítimas israelenses relatadas.
Negociações indiretas entre as partes, mediadas pelo Egito, entraram em colapso na terça-feira depois que foguetes foram disparados de Gaza durante o cessar-fogo e Israel respondeu com ataques aéreos.
O exército israelense disse que militantes palestinos haviam disparado cerca de 500 foguetes contra Israel desde que as conversações fracassaram e as autoridades de saúde de Gaza disseram que 65 palestinos foram mortos em ataques aéreos israelenses desde então.
Abbas pediu neste sábado para ambas as partes retornarem às negociações que visam acabar com o conflito de seis semanas e selarem um acordo que abriria o caminho para a ajuda à reconstrução no território de Gaza de 1,8 milhão de pessoas onde milhares de lares foram destruídos.
"Meu objetivo principal é para que as negociações de trégua sejam retomadas no Egito o mais rápido possível para evitar mais vítimas", disse ele em entrevista coletiva após reunião com o presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi.
A violência de sábado aconteceu um dia depois que um menino israelense de quatro anos de idade foi morto por um ataque de morteiro a partir de Gaza, levando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a ameaçar a aumentar a luta contra o Hamas, prometendo que o grupo iria "pagar um preço alto".