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Conflito no Oriente Médio

Presidente palestino se diz disposto a encontrar premier israelense

Atualizado em 10/09/2006 às 19h20

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse neste domingo que está disposto a encontrar-se com o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, o mais rapidamente possível, para retomar as negociações de paz interrompidas há anos. A declaração foi dada durante uma visita do primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, aos territórios palestinos. No sábado, Olmert manifestara disposição de negociar com Abbas , dizendo ao gabinete israelense que era hora de criar um "novo horizonte" com os palestinos, segundo autoridades.

- Estou totalmente pronto a encontrar-me com o primeiro-ministro, sem condições prévias, e estamos prontos a começar imediatamente os preparativos para este encontro - disse Abbas durante a entrevista coletiva ao lado de Blair.

O encontro pode ser representar uma importante guinada simbólica na direção das negociações, totalmente paradas desde a ascensão do grupo radical Hamas ao governo, no ano passado. Membros do Hamas, inclusive ministros e parlamentares, são objeto de repressão das forças de segurança de Israel, acusados de promover o terrorismo contra o Estado judeu. Internamente, também pode ser um passo significativo para Olmert, cuja popularidade foi profundamente arranhada pela guerra ao Hezbollah, no Líbano. No sábado, milhares de israelenses saíram às ruas para pedir um inquérito sobre o conflito .

Ao anunciar a possibilidade de reunir-se com Abbas, Olmert deixou claro, porém, que não pode haver avanço em direção à paz se os palestinos não cumprirem as obrigações previstas no "mapa do caminho". O combalido plano de paz patrocinado por Estados Unidos, Rússia, União Européia e ONU (chamados de Quarteto) pede o desmantelamento de grupos armados, como o braço armado do Hamas.

Israel também não cumpriu suas obrigações com o plano de paz, que incluem o congelamento dos assentamentos na Cisjordânia ocupada.

Os sinais de movimentação no processo de paz no Oriente Médio também podem dar um impulso político a Blair, sujeito à impopularidade da guerra no Iraque e disputas internas no Partido Trabalhista, o que o forçou a admitir na semana passada que vai deixar o cargo dentro de um ano.

- Eu, como você, acredito que há uma janela de oportunidade aqui - disse Blair depois de reunir-se com Abbas em Ramallah, saudando a possibilidade de um encontro entre o líder palestino e Olmert.

O primeiro-ministro britânico manifestou apoio aos esforços de Abbas em busca de um acordo com o Hamas para formar um governo de união e tentar reduzir a pressão internacional sobre a Autoridade Palestina.

- Acredito que um governo assim, com base nos requisitos do Quarteto, oferece a possibilidade de um novo compromisso da comunidade internacional - disse Blair.

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