O presidente peruano, Alejandro Toledo, pediu que os candidatos Alan García e Ollanta Humala, que disputam neste domingo o segundo turno da eleição presidencial, respeitem os resultados das urnas, devido a temores de que haja atos violência em caso de uma margem estreita de vitória.

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García lidera as pesquisas de intenção de voto, mas analistas acreditam que Humala pode surpreender por causa do fator "voto oculto" - eleitores que vão votar no nacionalista mas se sentem constrangidos em revelar seu candidato.

- Peço aos candidatos respeitosamente que, uma vez que os resultados sejam de conhecimento público, o perdedor aceite a vitória de quem o povo elegeu para ser o condutor de seu destino nos próximos cinco anos - declarou Toledo, após depositar seu voto em Lima.

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Humala votou de surpresa, mais de uma hora antes do previsto, sob a forte vigilância de cerca de 50 policiais, em um bairro residencial de Lima. No primeiro turno, ele foi atacado por opositores.

Desta vez não foram registrados incidentes, mas o candidato estava protegido também por cerca de 20 agentes de uma guarda particular.

- Meu ânimo está no máximo - disse Humala ao sair de casa em direção ao local de votação. - Esta é a oportunidade de realizar uma transformação.

- Hoje é um dia de afirmação da democracia. Não sou o mal menor, me considero o voto útil - disse García em café da manhã com a imprensa, acompanhado da mulher e dos cinco filhos, antes de votar.

Milhões de peruanos estão indo às urnas neste domingo. As urnas foram abertas às 8h (10h em Brasília) para que os eleitores escolham entre o social-democrata Alan García , ex-presidente que antecedeu Alberto Fujimori e cujo legado mais notório foram inflação desenfreada e acusações de corrupção, e o nacionalista Ollanta Humala , militar que tentou derrubar Fujimori num golpe.

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O governo enviou aproximadamente 150 mil militares e policiais a todo o país para vigiar o processo eleitoral. A presença policial em Lima era visível. No entanto, o clima predominante era de tranqüilidade.

- Tudo está normal, igual na eleição anterior, apesar de agora haver mais controle. Acredita-se que pode haver problema, mas espero que tudo termine como foi programado - disse a comerciante Ana Latorre, de 32 anos, depois de votar em um bairro de classe média da capital.

Numa entrevista a uma emissora de rádio local, a chefe da ONPE, principal órgão eleitoral do Peru, Magdalena Chu, instou os 16,4 milhões de peruanos aptos a votar a comparecerem em massa às seções de votação.

O voto no Peru é obrigatório e quem não se abstiver deverá pagar uma multa de aproximadamente US$ 40.

A previsão é de que a eleição se encerre às 16h (18h em Brasília), para quando se esperam os resultados das pesquisas de boca-de-urna. Três a quatro horas depois, devem sair os primeiros resultados oficiais, quando já tiverem sido apurados mais de 50% dos votos, informou Magdalena Chu.

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Na última pesquisa de intenção de voto divulgada antes da eleição, da empresa Apoyo, Opinión y Mercado, Alan García manteve a vantagem sobre Humala, com 53% dos votos .

A simulação da votação, realizada no sábado com 3.892 pessoas em todo o país por conta de uma empresa privada local, mostrou o nacionalista Ollanta Humala com 47% dos votos no segundo turno, que acontece neste domingo.

A campanha para o segundo turno foi caracterizada por ataques pessoais duros entre García e Humala, com referências à constante intervenção do presidente venezuelano, Hugo Chávez, no processo, o que provocou o pior momento da relação diplomática entre Caracas e Lima, depois da retirada de embaixadores.

Toledo entregará a faixa presidencial a seu sucessor em 28 de julho, dia em que se comemora a independência do Peru.

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