A presidente do Peru, Dina Boluarte, renovou seu gabinete nesta sexta-feira (13) com a troca dos titulares de três ministérios, em meio à escalada de violência nos protestos contra o governo. Os atos já somam quase 50 mortos desde dezembro, sendo 21 deles na última semana.
Em um ato no Palácio do Governo, anunciado minutos antes de sua realização, Boluarte empossou Vicente Romero Fernández, Luis Alfonso Adrianzen e Nancy Tolentino, para ocupar as pastas do Interior, do Trabalho e da Mulher, respectivamente, após aceitar a renúncia de seus antecessores.
O primeiro a anunciar a saída do gabinete liderado pelo primeiro-ministro Alberto Otárola, e que foi empossado na terça-feira (10) pelo Congresso, foi o agora ex-ministro do Trabalho, Eduardo García Birimisa.
Ele apresentou na quinta-feira (12) sua carta de demissão e pediu a Boluarte que pedisse desculpas e reconhecesse os erros na resposta de seu governo aos protestos exigindo sua renúncia.
No Ministério do Trabalho, García, que foi enfático ao defender que o país precisa de "uma mudança de rostos em sua direção e uma antecipação das eleições" ao apresentar sua renúncia, foi substituído pelo advogado Adrianzen, que até então ocupava o cargo de secretário-geral do gabinete de Otárola e anteriormente havia sido nomeado assessor do Ministério da Defesa, quando este era chefiado pelo agora primeiro-ministro.
Nova mudança no Ministério do Interior
A pasta do Interior será ocupada por Romero Fernández, que substituirá Víctor Rojas Herrera e terá o grande desafio de dirigir a Polícia Nacional Peruana (PNP) e a resposta institucional aos protestos.
O Interior é o ministério com mais mudanças desde que Boluarte assumiu a presidência do país, em dezembro do ano passado. O próprio Rojas Herrera, que agora deixa o cargo, foi empossado há pouco mais de três semanas para substituir César Augusto Cervantes, que durou apenas dez dias no cargo.
O novo ministro, Romero Fernández, é general reformado da PNP e foi ministro do Interior durante três meses no mandato do ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018).
Já o Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis passará a ser dirigido pela psicóloga Nancy Tolentino, que em 2012 foi diretora-executiva de um programa da mesma pasta.
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