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O presidente da Polônia, Bronislaw Komorowski, pediu neste domingo (22) um novo Plano Marshall para a Ucrânia, ao mesmo tempo que disse que a Europa e os EUA devem reforçar a aliança e a comunidade transatlântica para fazer frente ao desafio colocado pela Rússia.

“Pouco depois da guerra, o Plano Marshall ajudou a Europa ocidental a ressurgir das cinzas. Acho que (...) a Ucrânia necessita agora um novo Plano Marshall para realizar difíceis reformas”, sustentou o líder polonês em uma conferência do Brussels Fórum organizada pelo German Marshall Fund dos Estados Unidos.

Na opinião de Komorowski, “o maior inimigo” da Ucrânia são “suas próprias debilidades e as de seu sistema”, e o destino desse país quanto a sua capacidade de fazer reformas profundas e de se transformar “é também a chave para o futuro de toda a Europa do leste e de todo o mundo ocidental”.

“Acho que um novo Plano Marshall é um desafio difícil, mas incrivelmente importante”, recalcou.

Komorowski lembrou que há um ano a Rússia anexou a Crimeia, a “primeira anexação pela força de um território de um Estado da Otan na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”, em referência aos enfrentamentos entre ucranianos e pró-Rússia e às denúncias do desdobramento de soldados russos nesse enclave.

“Ao perpetuar este ato sem precedentes, a Rússia desafiou a segurança da Europa e solapou a confiança”, acrescentou, ao mesmo tempo que sustentou que “durante demais tempo estivemos fazendo ilusões no Ocidente sobre que a Rússia, em seu próprio interesse, se envolveria na rede de várias conexões com o mundo ocidental e elegeria o caminho de modernização e democratização”.

“Durante muito tempo vimos no Kremlin o renascimento de tendências para limitar liberdades e de pensar em termos de força e de zonas de influência”, disse.

O presidente polonês lembrou que há dez anos o líder russo, Vladimir Putin, “definiu o colapso da URSS como o maior desastre geopolítico do século”.

Por tudo isso é preciso uma nova maneira de pensar e “uma estratégia transatlântica a longo prazo rumo a Rússia”, indicou, a fim de unir Ocidente aos novos desafios.

Estes incluem “instrumentos híbridos” de guerra que vão desde a maquinaria propagandística a ciberataques e chantagens energéticas e têm uma intensidade como não havia desde a Guerra Fria, disse.

Esta guerra tem o objetivo de semear dúvidas sobre “nossas motivações, instigar animosidades étnicas e criar divisões na comunidade transatlântica”, sustentou Komorowski.

Tudo isso evidencia a necessidade de fortalecer a unidade entre o Ocidente e buscar respostas aos problemas geoestratégicos nos países vizinhos e também nas fronteiras ao sul da Europa, recalcou.

Este reforço dos laços transatlânticos acontece, além disso, por que os membros da Otan gastam pelo menos 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa, algo que a Polônia já faz desde 2001, assegurou.

“Os geólogos dizem que em mais de 200 milhões de anos os continentes da Europa e América se unirão. Por que esperar tanto tempo? Por que não podemos unir já europeus e americanos?”, se perguntou Komorowski.

O presidente polonês apontou, além disso, que o futuro acordo entre a União Europeia (UE) e EUA de livre-comércio e investimentos também “sejam um novo impulso à comunidade transatlântica”.

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