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O presidente português, Anibal Cavaco Silva, disse neste sábado (11) em Helsinki que os líderes europeus devem deixar de concentrar todos seus esforços na crise financeira para abordar outros temas importantes para a região.

"É importante para a Eurozona desapegar-se da palavra 'crise' para que a União Europeia possa dar visibilidade a outros assuntos como as mudanças climáticas, as negociações de Doha, a inovação e a segurança energética", disse Silva aos jornalistas na capital finlandesa.

Silva era um dos sete presidentes europeus reunidos com a presidente finlandesa em exercício, Tarja Halonen, em Helsinque, para dois dias de conversações sobre temas cruciais europeus.

A União Europeia já tomou uma série de medidas dedicadas a conter a crise da dívida soberana, disse Silva, como o aumento do Fundo de Estabilidade e o maior acesso à liquidez para os bancos europeus através do Banco Central Europeu.

Inclusive a situação da Grécia - epicentro da crise - mostra sinais de melhora, afirmou, "o que será positivo para Portugal porque evitará o contágio".

No sábado, o gabinete grego aprovou um duro pacote de medidas de austeridade pedidas por seus credores, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional.

Os líderes da Eurozona se reunirão na quarta-feira para analisar os progressos de Atenas.

O presidente italiano, Giorgio Napolitano, disse por sua vez que a Europa já está mirando para além da crise e que se espera que os encontros do Conselho Europeu previstos para março deixem de se concentrar na crise da dívida para abordar a questão do crescimento.

"Está claro que devemos combinar a consolidação fiscal com o crescimento", disse Napolitano, que completou: "a Europa precisa de uma nova onda de crescimento competitivo e sustentável".

Apesar do pedido do presidente Português, a situação continua tensa em seu país. Neste sábado, milhares de pessoas se dirigem a Lisboa para participar de uma manifestação nacional convocada para protestar contra as medidas de austeridade previstas pelo plano de ajuda internacional acordado com Portugal, segundo os sindicatos.

"A julgar pelas centenas de automóveis que se dirigem a Lisboa (...) creio que teremos uma grande manifestação de indignação", declarou o secretário-geral da CGTP, Armenio Carlos.

Esta manifestação acontece poucos dias depois da chegada da terceira missão trimestral da Troika (UE, BCE e FMI) de credores de Portugal, com o objetivo de avaliar a aplicação do plano de ajuda financeira acordado a este país.

Portugal, terceiro país da zona do euro a ser resgatado por seus sócios da Eurozona (Grécia e Irlanda), obteve no mês de maio um crédito de 78 bilhões de euros da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, em troca de aplicar um drástico programa de austeridade nos próximos três anos para sanear suas contas públicas.

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