O presidente russo, Vladimir Putin, lamentou nesta quinta-feira (25), ao comentar o recente atentado de Boston (Estados Unidos) perpetrado por dois chechenos, que os países e veículos de imprensa ocidentais tenham apoiado no passado os terroristas do Cáucaso Norte.
Putin afirmou, ao responder ao vivo a perguntas de cidadãos em um pronunciamento pela TV, que por vezes "de forma direta e em outras indiretamente" os países ocidentais deram seu apoio informativo, financeiro e político aos radicais islâmicos do Cáucaso Norte.
"Sempre me indignou quando nossos parceiros ocidentais, e também os veículos de comunicação ocidentais, qualificavam como 'rebeldes' e quase nunca como terroristas os nossos terroristas (do Cáucaso), que cometiam brutais, selvagens e sangrentos crimes por todo o país", asseverou o líder do Kremlin.
O presidente russo manifestou sua esperança de que o atentado de Boston, que deixou três mortos e mais de 170 feridos, aproxime as posturas da Rússia e dos Estados Unidos na luta contra as ameaças comuns.
"Simplesmente faço um apelo para que essa tragédia nos aproxime para que nos enfrentemos juntos às ameaças comuns, entre elas o terrorismo", ressaltou.
Putin apontou que frequentemente o discurso do Ocidente sobre a ameaça comum do terrorismo fica apenas em declarações.
"Sempre dissemos que não se deve se limitar a fazer declarações, mas cooperar mais estreitamente. Agora, esses dois criminosos (os irmãos Tsarnáev, acusados de atentar em Boston) demonstraram que nossa tese é correta", assinalou.
Ao mesmo tempo, o presidente russo criticou alguns políticos americanos por sugerir que o suposto terrorista sobrevivente, Dzhokar Tsarnáev, devesse ser internado no centro de prisioneiros de Guantánamo (Cuba).
"A que despropósito chegamos? Alguns políticos dos EUA, não seu governo, dizem que o criminoso que sobreviveu deveria ser declarado prisioneiro de guerra. Ficaram loucos. Como prisioneiro? Por acaso voltou a guerra civil entre o Norte e o Sul? Dizem tolices e loucuras", afirmou Putin.
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