O presidente sérvio, Boris Tadic, disse que considera dividir Kosovo. Segundo Tadic, as áreas dominadas pelos sérvios podem ser integradas a seu país, caso Belgrado não consiga impedir que o território ganhe independência. Foi a primeira vez que um alto membro do governo expôs abertamente o tema da divisão de Kosovo, desde que os albaneses étnicos, que formam 90% da população de 2 milhões de Kosovo, declararam-se independentes da Sérvia, em fevereiro.
Os funcionários do governo kosovar-albanês, porém, rechaçaram a intenção de Tadic. "Kosovo é agora um Estado reconhecido internacionalmente, com suas fronteiras definidas", disse o presidente do Parlamento, Jakup Krasniqia. "Qualquer tentativa de mudar suas fronteiras detonará novos problemas nos Bálcãs." Kosovo foi reconhecido por mais de 45 países, entre eles os Estados Unidos e a maioria da União Européia. Porém as autoridades kosovares não têm controle sobre os 15% do território em que vivem 200 mil sérvios. A Sérvia tenta organizar lideranças locais nessas áreas, iniciativa condenada pelo governo de Kosovo, pelas Nações Unidas e pela União Européia.
"Eu estou pronto para pensar na alternativa (da divisão), se nós exaurirmos todas as outras opções", afirmou Tadic, acrescentando que "todas as opções são legítimas" para solucionar o impasse. A Sérvia e sua aliada Rússia se recusam a aceitar a independência de Kosovo. Segundo eles, a medida é contrária à legislação internacional e são necessárias mais negociações sobre o caso. Belgrado também realizou uma consulta à Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), para que seja avaliada a declaração unilateral kosovar. Caso receba apoio da maioria na votação, programada para o dia 8 de outubro, a Sérvia pretende levar o caso à Corte Internacional de Justiça.
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