O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, aprovou nesta terça-feira (4) a moção para suspender o tratado militar assinado com a Coreia do Norte em 2018, depois de Pyongyang ter enviado cerca de mil balões carregados de dejetos para o Sul durante a última semana.
Yoon ratificou a moção poucas horas depois de ter sido aprovada em um Conselho de Ministros, no qual o primeiro-ministro Han Duck-soo afirmou que as últimas ações do regime norte-coreano "não só ameaçam seriamente a vida e a segurança dos nossos cidadãos, mas também colocam em risco a paz na península coreana".
Nesta segunda (3), o Conselho de Segurança Nacional (NSC) propôs suspender completamente o acordo militar em resposta ao comportamento de Pyongyang, que também interferiu nos sistemas de navegação GPS em torno das ilhas fronteiriças sul-coreanas no Mar Amarelo.
O pacto fica assim suspenso “até que seja restabelecida a confiança mútua entre o Sul e o Norte”, disse o Gabinete Presidencial sul-coreano.
A suspensão total do pacto, assinado em Pyongyang durante a breve reaproximação entre as duas Coreias em 2018, permitirá ao Sul retomar as manobras militares perto da fronteira e reiniciar as transmissões de propaganda por meio de alto-falantes dirigidos ao Norte.
A Coreia do Norte já decidiu suspender o pacto de 2018 em novembro do ano passado, depois de Seul ter anunciado que suspendia concretamente uma cláusula do referido acordo para poder retomar as operações de vigilância militar na fronteira em resposta ao lançamento de um satélite espião por Pyongyang.
Na última semana, o Norte tentou novamente colocar em órbita – desta vez sem sucesso – outro satélite espião e, além de enviar os balões com dejetos e interferir no sistema GPS, disparou uma rajada de artilharia na quinta-feira.
Em janeiro, o regime norte-coreano, que há quase cinco anos rejeita novos convites ao diálogo, declarou o Sul o principal inimigo do país e retirou da Constituição o objetivo da reunificação.