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Presidente sul-coreano diz que Trump ajudou retomada de diálogo com Norte

Trump também chegou a classificar como "uma coisa boa" a reunião entre os dois países | Luke Sharrett/Bloomberg
Trump também chegou a classificar como "uma coisa boa" a reunião entre os dois países (Foto: Luke Sharrett/Bloomberg)

O presidente sul-coreano Moon Jae-in disse nesta quarta-feira (10) que o seu colega americano Donald Trump deve receber os créditos pela retomada do diálogo entre Seul e Pyongyang.  

"Eu acho que o presidente Trump merece um grande crédito por ajudar as conversas intercoreanas a acontecerem", disse Moon durante uma entrevista coletiva em Seul. Segundo ele, a retomada dos diálogos "pode ter sido resultado da pressão e das sanções lideradas pelos EUA".  

Assim, a fala do líder sul-coreano nesta quarta vai ao encontro das declarações mais recentes de Trump, como a da última quinta-feira (4), na qual atribuía a ele mesmo o mérito pela nova rodada de negociação entre as Coreias.  

"Alguém realmente acredita que as conversas e o diálogo estariam acontecendo entre a Coreia do Norte e a do Sul se eu não fosse firme, forte e disposto a comprometer nosso 'poder' total contra o Norte?", disse o americano, na ocasião.  

Trump também chegou a classificar como "uma coisa boa" a reunião entre os dois países e no sábado (6), disse que "com certeza" aceitaria se reunir com o ditador Kim-Jong-un, desde que ele aceitasse algumas condições. O americano não especificou quais. Nesta quarta, Moon disse que também aceitaria se encontrar com o norte-coreano.  

Mudança de ‘tom’

Essas declarações de Trump marcaram uma mudança de posição em relação a seu tom anterior, quando o americano criticava as tentativas de conversas com Pyongyang e não poupava ataques contra Kim, contra quem trocou uma série de insultos nos últimos meses.  

No início de 2018, por exemplo, logo após Kim expressar sua vontade de retomar o diálogo e enviar uma delegação do país para a Olimpíada de Inverno na Coreia do Sul, Trump respondeu ameaçando o ditador.  

"Alguém que pertença a esse regime decrépito e causador de fome por favor avise a ele que eu também tenho um botão nuclear, mas é muito maior e mais poderoso que o dele, e o meu funciona!" disse o presidente dos EUA no dia 2.  

Aliados de Trump também afirmaram que a disposição de Kim ao diálogo e a participação norte-coreana na Olimpíada poderiam ser estratégias de Pyongyang para tirar o foco internacional de seu programa nuclear e para separar Seul e Washington.  

Para Moon, porém, seu país e os Estados Unidos têm a mesma opinião sobre a Coreia do Norte. "Nossa tarefa daqui em diante é fazer a Coreia do Norte participar de conversas sobre a desnuclearização. É nossa meta principal e não vamos desistir", disse o presidente sul-coreano.  

Ele também defendeu que os novos diálogos não podem ficar apenas na conversa.  

Diálogo  

Durante as 11 horas de reunião, os dois lados concordaram com a participação norte-coreana na Olimpíada e com a necessidade de novos diálogos para diminuir a tensão na península.  

O governo de Kim, porém, afirmou que não pretende negociar seu programa nuclear com os vizinhos.  

Após o encontro na terça, A Casa Branca disse que "a participação norte-coreana é uma oportunidade para o regime perceber a importância de interromper seu isolamento internacional iniciando uma desnuclearização".

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