Montevidéu (AE) Em um rápido processo de negociação, os chanceleres dos quatro países do Mercosul concluíram ontem os termos da adesão da Venezuela ao bloco. O acordo, que será assinado hoje, durante a 29.ª Cúpula do Mercosul, em Montevidéu (Uruguai), traz um curioso conteúdo: a adesão política do país, regido por Hugo Chávez, será mais rápida que sua convergência para as normas do livre comércio e da união tarifária do Mercosul, que deverão ser desenhadas e apresentadas entre o fim de 2006 e meados de 2007.
Segundo um dos negociadores, a Venezuela estará presente, a partir de sábado, em todas as reuniões do Mercosul, inclusive no Conselho do Mercado Comum (CMC), a instância máxima de decisões, que é composto pelos presidentes e ministros. Nesse caso, Chávez e seus sucessores terão voz, mas não voto. A rigor, dentro de 60 dias, o Mercosul deverá encaminhar a Caracas o conjunto das normas adotadas pelo bloco. Somente em 15 de maio de 2006 o Grupo de Trabalho que cuidará da adesão deverá ter sua primeira reunião. A partir daí, terá de apresentar em 180 dias as fórmulas para a convergência da Venezuela às regras do bloco.
Agora o processo tende a ser o mesmo para os candidatos ao bloco, que chegou aos 20 anos na semana passada com quatro membros efetivos: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Os sócios mais prováveis agora são Bolívia, Peru, Chile e México.
O presidente da Venezuela disse ter esperado sete anos pelo ingresso no Mercosul. Ele agradeceu aos países presentes pelo apoio. Além do ingresso no bloco, vai levar para casa também uma égua, que ganhou de presente de seu colega uruguaio, Tabaré Vázquez. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que está em Montevidéu, só deve se pronunciar hoje.
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