Organizações de presidiários nos Estados Unidos iniciam nesta terça-feira (21) uma greve por melhores condições de vida e contra a exploração do trabalho de detentos. Os organizadores da greve, que deve se estender até 9 de setembro, afirmam que o movimento terá adesão de prisioneiros em até 17 dos 50 Estados do país.
O movimento surgiu como resposta à morte de sete detentos durante uma rebelião na prisão de segurança máxima Lee Correctional Institute, no Estado da Carolina do Sul, em 15 de abril. Ativistas dizem que a tragédia foi resultado da superlotação do local e da negligência das autoridades carcerárias.
As táticas dos grevistas incluem a interrupção de seus trabalhos, o boicote de produtos à venda nas prisões e greve de fome. Suas principais demandas são melhorias das condições de vida nas carceragens, salários justos para detentos que participem de programas de trabalho e o fim da discriminação contra negros e latinos no sistema de Justiça.
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“Demandamos condições de vida humanizadas, acesso à reabilitação, reforma do sistema de sentenças e o fim da escravidão moderna”, afirma um comunicado do Incarcerated Workers Organizing Committee, uma das organizações por trás do movimento.
A menção à “escravidão moderna” se refere à prática, comum nos EUA, de recrutar detentos para trabalhar a salários muito baixos. A 13ª emenda à Constituição do país, que pôs fim à escravidão em 1865, autoriza o trabalho forçado como punição para quem cometer algum crime.
Atualmente, mais de 2,1 milhões de pessoas estão atrás das grades nos EUA - é a maior população carcerária do mundo. O Brasil fica em terceiro lugar, com aproximadamente 700 mil detentos.