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O detento mais jovem da prisão norte-americana em Guantánamo, preso quando tinha apenas 14 anos, foi solto após sete anos na cadeia, disseram seus advogados nesta quinta-feira (11).

Mohammed El Gharani, natural do Chade, foi libertado cinco meses após a ordem de um juiz federal norte-americano, que revisou as evidências contra o prisioneiro e declarou que não serviriam de prova de que ele seria um "combatente inimigo".

Gharni já teria voltado para o Chade, segundo seus advogados. Não existe nenhuma confirmação imediata da sua libertação por parte das autoridades dos EUA.

"É uma grande notícia o fato que Mohammed tenha sido finalmente libertado, mas ele nunca vai recuperar os anos perdidos em Guantánamo graças a um incompetente serviço de inteligência", disse Clive Stafford Smith, advogado e diretor do grupo de direitos humanos Reprive, que lutou pela libertação de Gharani.

"A ideia de que demorou sete anos e de que precisamos de um juiz federal para conseguirmos a sua libertação mostra o quão falho é o experimento Guantánamo", completa.

No Paquistão

Gharani foi preso no Paquistão em 2001 quando a mesquita que frequentava foi invadida por forças de segurança paquistanesas. Ele foi entregue para as forças militares dos EUA no Afeganistão e ficou preso na base aérea de Bagram, próxima a Kabul.

Após dois meses, foi transferido para Guantánamo, onde a Reprive afirma que foi submetido a uma série de abusos, incluindo ser acorrentado ao chão agachado durante horas e submetido a luzes estroboscópicas e música alta.

O governo dos EUA acusou Gharani de se hospedar na casa de um afiliado da Al-Qaeda no Afeganistão, de participar da batalha de Tora Bora, servindo como mensageiro para os combatentes da Al-Qaeda, e de ser um membro de uma célula do grupo em Londres.

Mas o governo falhou em provar qualquer uma das alegações no trubunal, e o juiz Richard Leon decidiu em janeiro deste ano que Gharanu deveria ser libertado. A maior parte das acusações foi baseada em informações não-confiáveis, dadas por outros detentos em Guantánamo, diz Leon.

O libertação de Gharani acontece seis meses após o presidente dos EUA Barack Obama ter pedido o fechamento da prisão em até um ano, uma das suas primeiras declarações no cargo.

Em torno de 230 detentos permanecem na prisão, mas o país está procurando lugares para transferí-los.

17 chineses da etnia iugure, da região predominantemente muçulmana de Xinjiang, no extremo oeste do país, foram soltos nos últimos dias – alguns seguiram para Bermuda e outros para a ilha de Palau, na Micronésia.

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