Bagdá Um guarda de segurança presente durante a execução do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein foi detido ontem e será interrogado por suspeita de ligação com um vídeo amador do enforcamento, anunciou um assessor do premier iraquiano, Nouri Al Maliki. O suspeito teria passado imagens da execução para sites e emissoras de tevê.
A detenção é conseqüência da investigação lançada na terça-feira pelo governo do Iraque para descobrir como a execução de Saddam foi filmada clandestinamente. O governo prometeu encontrar também os responsáveis pelas provocações e a violência verbal e física contra Saddam nos momentos que antecederam seu enforcamento.
A execução está sendo apontada como uma vingança xiita contra o regime sunita que dominou o país de 1979 a 2003, sob comando do ex-ditador.
Segundo o assessor de segurança nacional, Mowaffak Al Rubaie, o enforcamento não foi uma "vingança sectária", mas o comportamento de alguns presentes foi "inaceitável." "Houve infiltração de pessoas que queriam acirrar a violência", disse. O momento escolhido foi motivo de irritação e protestos, já que sábado foi o primeiro dia do feriado religioso islâmico de Eid al Adha.
Colaboradores
Segundo informações das redes de tevê Al Arabiya e Al Furat, o meio-irmão de Saddam, Barzan Ibrahim, e o ex-chefe da Corte Revolucionária durante o regime de Saddam, Awad Hamed al Bandar, seriam enforcados hoje. Fontes do governo confirmaram o plano em condição de anonimato, mas não deram informações sobre o local ou o horário das execuções.
Inicialmente, Ibrahim e Al Bandar deveriam ter sido executados ao lado de Saddam, no sábado. No entanto, oficiais iraquianos disseram que queriam reservar o dia apenas para Saddam. "Queríamos que ele fosse executado em um dia especial", disse Al Rubaie.
Os três réus foram condenados à sentença de morte em 5 de novembro pelas mortes de 148 xiitas da cidade de Dujail.
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