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Ryan Wesley Routh, o homem de 58 anos preso no último dia 15 acusado de tentar matar o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, havia escrito uma carta há alguns meses falando das intenções de um atentado contra o ex-presidente.
Segundo documentos judiciais aos quais a emissora americana CNN teve acesso, uma testemunha disse aos investigadores do caso que Routh havia deixado uma caixa na casa dela meses atrás, contendo munição, um cano de metal, materiais de construção, ferramentas, quatro celulares e várias cartas.
Os promotores relataram que, após saber da tentativa de assassinato contra Trump, a testemunha abriu a caixa. Uma das cartas, destinada “Ao Mundo”, fala da intenção de matar Trump.
“Esta foi uma tentativa de assassinato de Donald Trump, mas eu falhei com vocês. Eu tentei o meu melhor e dei toda a coragem que pude reunir. Agora cabe a vocês terminar o trabalho; e eu oferecerei US$ 150 mil a quem puder terminar o serviço”, diz a carta, que cita em outro trecho que Trump “rompeu as relações com o Irã como uma criança e agora o Oriente Médio entrou em colapso”.
Durante sua gestão (2017-2021), Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã e retomou sanções contra o país.
No último dia 15, o Serviço Secreto detectou um homem escondido junto à cerca do campo de golfe de Trump em West Palm Beach, na Flórida, quando o ex-presidente estava no local.
O homem, identificado como Ryan Wesley Routh, estava com um fuzil AK-47 e fugiu após agentes atirarem contra ele. Em seguida, foi preso porque uma pessoa que o viu fugir informou às autoridades a placa do carro dele.
Segundo a promotoria, Routh, que foi indiciado por acusações federais relacionadas a armas de fogo e deve ser alvo de outras acusações, esteve na região do campo de golfe de Trump e da residência do ex-presidente em Mar-a-Lago durante vários dias nas semanas anteriores à prisão.
Em um dos celulares de Routh, foi identificada uma pesquisa no Google sobre o trajeto da Flórida ao México, indicando intenção de fuga, e os investigadores também encontraram com ele uma lista escrita à mão de datas e locais de eventos públicos de Trump.