Pelo menos seis integrantes de um grupo oposicionista pouco conhecido foram detidas na quinta-feira ao gritar slogans antigovernamentais durante a tradicional procissão da Virgem da Caridade do Cobre, considerada a padroeira de Cuba.
Enquanto milhares de cubanos percorriam várias ruas de Havana com imagem da Virgem a polícia reprimiu dissidentes que levavam cartazes com a inscrição "liberdade" e gritavam "libertem os presos políticos".
A polícia prendeu os manifestantes e os retirou da procissão algemados, enquanto os fiéis continuavam com os cânticos religiosos.
O incidente foi o último de uma série de pequenos protestos em Havana que chamaram a atenção de grupos opositores do regime cubano no exterior, segundo os quais as manifestações refletem o crescente descontentamento popular.
As procissões foram proibidas em Cuba depois da revolução, em 1959, mas retomadas após a visita do papa João Paulo II ao país, em 1998.
As prisões chamaram a atenção das pessoas que participavam da procissão ou passavam pelo local. Algumas criticaram os dissidentes por interferirem com um ato religioso e outras condenaram a ação policial, mas nenhuma delas se uniu aos protestos.
"Abaixo Fidel", disse um dos espectadores, referindo-se ao ex-líder cubano Fidel Castro.
"O povo cubano é filho de Nossa Senhora da Caridade e nós não vamos permitir que essas pessoas sejam desrespeitosas", afirmou uma outra cubana, Maria González, que usava uma camiseta na cor amarela, símbolo da Virgem da Caridade.
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