Legisladores americanos que vão enfrentar o fechamento da prisão de Guantánamo em um ano devem provavelmente estudar a possibilidade de um programa de reabilitação na Arábia Saudita concentrado na reeducação religiosa de extremistas capturados, informou a rede de TV americana "CNN". Na semana passada, o presidente Barack Obama assinou a ordem de fechamento da prisão, levantando a questão sobre a transferência dos detidos suspeitos de terrorismo e a segurança dos Estados Unidos.
A resposta para a polêmica sobre a transferência pode estar parcialmente no programa de reabilitação saudita, o qual analistas daquele país afirmam ajudar tratando-se de Al-Qaeda. Segundo os especialistas, desde as explosões de 2003 em Riadi, que mataram dezenas de pessoas, nenhum grande ataque ocorreu no império.
A Líbia também estaria usando a mesma filosofia de reeducação religiosa, além de o Paquistão estar estudando a possibilidade de implementar o programa. A reabilitação é focada na reeducação de homens jovens, todos entre o fim da adolescência e os 30 anos, capturados quando planejavam atividades terroristas.
Segundo fontes sauditas disseram à CNN, dos 218 homens que participaram do programa até agora, apenas nove foram presos novamente após tentar reingressar na Al-Qaeda.
"Nós reduzimos a ameaça, mas não podemos dizer que a eliminamos", disse o ministro do Interior Mansoor al Turki.
"Um programa desses pode ajudar a polícia a manter essas pessoas longe da ideologia penetrada em seus cérebros e ajudar a mostrar que eles podem deixar a prisão e ter uma vida normal", completou.
A chave para o sucesso é a forma como o programa de um iman ou um professor religioso explica aos jovens extremistas que nem todos podem emitir uma fatwa (decreto islâmico). Eles mostram aos "alunos" que o que aprenderam antes era errado, pois você não pode mantar uma pessoa. Em uma célula da Al-Qaeda, uma pessoa lança um decreto para justificar qualquer ato violento que o grupo tenha, mas o programa mostra que para emitir um decreto desses a pessoa deve ser muito experiente.
Um jovem que participou do programa de reabilitação disse que aprendeu a sua lição. Ahmed, que admitiu ter dirigido um caminhão que explodiu no Iraque matando 12 pessoas, disse que ele havia sofrido uma lavagem cerebral por parte de militantes da Al-Qaeda.
"Eles disseram que os americanos matam iraquianos e afegãos muçulmanos. A minha mensagem para todas as pessoas jovens é: se você está no Iraque, volte para casa e pergunte e questione o governo e os mais velhos sobre a religião. Não faça os que essas pessoas más mandam você fazer. Todos comentem erros", disse o rapaz.
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