O presidente de Honduras, Porfírio Lobo, não participará de uma cúpula da União Europeia (UE) e da América Latina prevista para meados de maio em Madri depois da pressão de países sul-americanos que não reconhecem o seu governo, disse na quinta-feira o chanceler hondurenho.
Os presidentes dos países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) ameaçaram esta semana boicotar a cúpula se Lobo comparecer. Eles não o reconhecem como presidente por considerar que Lobo chegou ao poder em eleições ilegítimas organizadas após a deposição do ex-presidente Manuel Zelaya.
A Unasul é formada por Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Guiana, Equador, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.
"Vamos nos manter à margem (da Cúpula UE-América Latina) de maneira que essa iniciativa tomada pelo grupo do sul não prejudique uma atividade promovida pelo governo da Espanha", disse o chanceler de Honduras, Mario Canahuati, à emissora HRN.
De todo modo, Lobo viajará a Madri para participar de uma reunião dos países da América Central com a União Europeia, que quase coincide com a cúpula que ocorrerá entre 17 e 19 de maio, e manterá encontros com o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, e o rei Juan Carlos.
"O presidente não está em posição de poder afetar uma cúpula que foi programada e organizada pela Espanha, que tem demonstrado amizade para com Honduras", disse Canahuati.
Lobo, que é conservador, assumiu o poder em janeiro depois de ser eleito em novembro.
Após permanecer refugiado na embaixada do Brasil desde setembro tentando sem êxito ser restituído, Zelaya deixou Honduras depois da posse de Lobo, que lhe outorgou um salvo-conduto para viajar à República Dominicana, onde reside.