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Curitiba – A tentativa dos Estados Unidos de forçar uma transição em Cuba terá pouco ou nenhum efeito sobre o rumo a ser tomado por Havana, mesmo que Fidel Castro não volte mais ao poder. A avaliação é do cientista político Luiz Alberto Moniz Bandeira, professor da Universidade de Brasília e autor de obras como De Martí a Fidel – A Revolução Cubana e a América Latina (Rio de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 687 p.).

Ele considera que o embargo imposto pelos EUA há 45 anos limitou o desempenho do governo cubano, mas afirma que Fidel criou uma estrutura de poder que não será facilmente demolida. Em sua avaliação, mesmo que Cuba realize eleições, o país deve manter sua oposição à política norte-americana.

Para Bandeira, a força de Fidel está sendo menosprezada pelos EUA. "Ele é a maior personalidade da América Latina do século 20. Sobreviveu a mais de 20 atentados, enfrentou a principal potência mundial (os EUA) e governa há quase 50 anos."

O cientista acredita que a oposição cubana à realização de eleições é uma reação à forte pressão norte-americana. "Fidel morre, mas não cede. A questão da realização de eleições é um problema de honra para ele", diz o escritor, que esteve em Cuba pela primeira vez em 1960.

Em sua avaliação, com as sugestões que vêm fazendo a Cuba, os Estados Unidos alimentam a tendência anti-americana, que se inflama com o envolvimento de Washington nos conflitos do Oriente Médio. "Os planos que o presidente George W. Bush e a secretária de Estado, Condoleezza Rice, dizem ter são uma falta de respeito à soberania de Cuba." Ele não acredita que haverá eleições em Cuba num curto prazo. "Quanto mais os Estados Unidos pedirem eleições, mais Fidel vai fazer questão não não fazer. Por uma questão de honra, não faz."

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