• Carregando...
O republicano Mitt Romney, que acusa Obama de favorecer financiamento a abortos | Rick Wilking/Reuters
O republicano Mitt Romney, que acusa Obama de favorecer financiamento a abortos| Foto: Rick Wilking/Reuters

Pressionado por grupos religiosos e conservadores, o presidente Barack Obama anunciou ontem uma mudança em seu projeto pa­­ra obrigar planos de saúde a fornecerem anticoncepcionais, in­­clusive aqueles mantidos por en­­tidades ligadas à Igreja Católica.

Em vez de os medicamentos serem bancados pelos empregadores – incluindo colégios católicos e grupos de caridade –, eles terão agora de se pagos pelas se­­guradoras.

"Estou fazendo isso porque sal­­va vidas", disse Obama, reforçando que não via afronta na me­­dida. "Desde o começo, estamos consultando lideranças católicas."

A medida foi anunciada pelo governo em janeiro dentro de um pacote de medicina preventiva que inclui, por exemplo, mamografias. Nos EUA, os seguros saúde cobrem gastos com medicamentos e privilegiam a prevenção em vez do tratamento.

Imediatamente, virou alvo de grupos religiosos e da oposição republicana, que em ano eleitoral tenta aumentar o debate sobre valores sociais, sobretudo diante da incipiente recuperação da economia, que pode beneficiar Oba­­ma nas urnas.

A oposição argumenta que ao obrigar instituições católicas a pagar por anticoncepcionais e renunciar a um dogma, o governo estaria atentando contra a li­­berdade religiosa garantida pela Constituição dos EUA.

A questão ainda ecoa o debate sobre o direito ao aborto, que to­­dos os pré-candidatos republicanos ameaçam reverter (os quatro aspirantes assinaram compromis­­so para cortar a verba para ONGs de planejamento familiar, alegando que elas são "contra a vida"). "Serei um presidente pró-vida desde meu primeiro dia no cargo", disse ontem o ex-governador Mitt Romney, fa­­vorito entre os republicanos, sob aplauso de uma plateia de centenas na cúpula da união conservadora dos EUA, a CPAC, em Washington.

O ex-senador Rick Santo­­rum, que é católico fervoroso e acaba de vencer três prévias republicanas, também criticou a medida. "Não é questão de negar o direito das mulheres ao anticoncepcional, mas de não obrigar entidades religiosas a pagar por ele."

Com a decisão de ontem, porém, Obama tira o ônus dos grupos religiosos e se sai com uma solução híbrida, semelhante à que já vigora em estados como o Havaí.

A Associação de Saúde Ca­­tólica, entidade do setor, elogiou a saída, que a seu ver protege a liberdade religiosa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]