Jerusalém O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, rejeitou ontem pedidos para renunciar vindos de sua ministra das Relações Exteriores e de outras autoridades. O premier reconheceu que está em uma difícil posição, mas se recusou a entregar o cargo e prometeu consertar os erros.
"Estou em uma posição pessoalmente desconfortável, mas não irei me esquivar de minha responsabilidade e consertarei todos os erros", disse Olmert a parlamentares do Kadima em uma reunião fechada, segundo um alto funcionário da administração, que não quis se identificar.
Relatório de investigação do governo culpa Olmert por sérias falhas nas decisões na guerra do Líbano, ano passado. A ministra das Relações Exteriores, Tzipi Livni, que é vice de Olmert, disse que o partido de centro Kadima precisa de nova liderança para restaurar a confiança da nação. Livni, ex-agente de inteligência, afirmou que buscará assumir a liderança do partido. "Falei ao primeiro-ministro que acreditava que renunciar seria a coisa certa a fazer", disse após encontro com Olmert.
Pelo sistema parlamentar israelense, o Kadima pode trocar de liderança sem perder o poder, já que o primeiro-ministro não é eleito diretamente.
Em outra frente de pressão, o líder parlamentar do Kadima, Avigdor Yitzhaki, pediu que Olmert "aja com responsabilidade e renuncie". Ele renunciou ao próprio cargo em protesto durante um encontro do bloco parlamentar com Olmert.
Pesquisas de opinião divulgadas ontem mostram que 66% dos israelenses querem que Olmert renuncie imediatamente. As sondagens também indicam que o belicista ex-premier Benjamin Netanyahu, do oposicionista Partido Likud, ganharia com larga vantagem caso novas eleições fossem realizadas.
Enquanto isso, próximos do ministro da Defesa, o trabalhista Amir Peretz, disseram que ele estaria avaliando a possibilidade de renunciar ao cargo. Peretz também foi duramente criticado no relatório sobre a guerra.
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