O presidente eleito do Haiti, René Préval, disse nesta quarta-feira que nada impede que Jean-Bertrand Aristide, mandatário deposto em 2004, regresse ao país.
- Minha posição é somples, com respeito ao presidente Aristide ou a qualquer outro cidadão que queira vir ao Haiti: o artigo 41 da Constituição do Haiti diz que nenhum haitiano necessita de visto para sair ou entrar em seu próprio país - afirmou Préval, um antigo protegido de Aristide, de quem herdou o rebanho político.
O ex-presidente comentou nesta quarta-feira que, ao regressar do exílio na África do Sul, pretende contribuir com os esforços para determinar os rumos do país na qualidade de cidadão.
- Tenho certeza de que posso servir meu país agora sem estar envolvido como presidente - afirmou Aristide em Pretória, onde vive desde que fugiu do Haiti, em 2004, em meio a uma revolta armada.
Na terça-feira, Aristide afirmara ao canal de TV sul-africano SABC acreditar que retornaria "o mais brevemente possível" à nação caribenha.
Aristide disse que a vitória de Préval nas urnas foi uma vitória dele próprio:
- (O voto em Préval) foi um voto em mim, claro. O povo disse isso claramente, o povo votou assim porque queria que eu regressasse.
Aristide, um político populista que venceu as eleições presidenciais duas vezes e que nunca conseguiu concluir seu mandato, não quis descartar a possibilidade de futuramente regressar à política, mas notou que, ao voltar para o país mais pobre das Américas, atuaria na área de educação.
O ex-presidente, no entanto, disse que faria isso somente depois de realizar uma consulta com o presidente sul-africano, Thabo Mbeki, e com Préval.
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