O presidente eleito do Haiti, René Preval, disse nesta segunda-feira que as forças militares da Organização das Nações Unidas (ONU) permanecerão em seu país para garantir a segurança na ilha caribenha.
A missão da ONU, comandada pelo Brasil e conhecida como Minustah, foi enviada ao Haiti para manter a paz entre os simpatizantes e inimigos do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide após a revolta armada de fevereiro de 2004.
- É claro que as forças das Nações Unidas vão continuar no Haiti e vão ficar ali enquanto nossa polícia não for suficientemente sólida e siga sendo corrupta - disse Préval em Caracas, em uma entrevista coletiva com seu colega venezuelano Hugo Chávez.
Porém, ele não disse quanto tempo mais as forças multinacionais poderiam ficar.
Préval acrescentou que seria irresponsável exigir de imediato a retirada das forças da ONU que se encontram hoje no Haiti
- Temos responsabilidades de manter a segurança na relação com o povo (...) de criar uma polícia profissional, que funcione, uma justiça que funcione.
O presidente eleito, que assumirá em 14 de maio, disse que sem esses dois elementos não haverá estabilidade, desenvolvimento nem investimento econômico no país mais pobre do continente.
No entanto, Préval admitiu que é muito difícil aceitar uma presença militar estrangeira
- Em certos casos é preciso dar para receber - disse.
Préval pediu recentemente aos governos do mundo que elaborem um programa de ajuda ao desenvolvimento a longo prazo para sua nação, que, segundo ele, corre o risco de ver minada sua democracia.
Préval já foi aliado do ex-presidente Aristide e, assim como ele, tem apoio das massas empobrecidas do Haiti. Aristide foi deposto em fevereiro de 2004 depois de uma revolta armada que o obrigou a renunciar sob intensa pressão internacional.