Em visita ao Brasil, o presidente eleito do Haiti, René Préval, avaliou que a população do país mais pobre das Américas não precisa de um Exército como força militar de defesa.
Na década de 90, o governo decretou a extinção das forças armadas e, a partir daí, a reponsabilidade pela segurança pública e pela defesa passou a ser executada pela Polícia Nacional do Haiti, muito criticada pelas organizações internacionais por ser violenta.
"Não queremos fazer guerra com ninguém", justificou o presidente do Haiti, René Preval, após dizer que acha "inútil" a existência de um Exército para o país.
Após sete meses da posse do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, em 1990, os militares tomaram o poder e instalaram nova ditadura no país. A estimativa é que mais de cinco mil partidários do ex-dirigente foram assassinadas no período pela repressão.
Atualmente, entre os diversos grupos armados identificados no Haiti, também estão os ex-militares, que reinvindicam a recriação da instituição e os ganhos salarias perdidos.
Em abril do ano passado, um conflito com as tropas das Nações Unidas resultou na morte do comandante do grupo de ex-militares, Ravix Remissainthe, um dos líderes que deram um golpe de Estado contra Aristide em 1991.
Depois da primeira deposição de Aristide, o exílio nos Estados Unidos ajudou a desencadear uma missão militar no governo Bill Clinton para restabelecê-lo no poder.
As próximas eleições deram vitória a um aliado seu do partido Lavalas, justamente o presidente eleito neste ano, René Préval. O Haiti tenta consolidar um processo democrático após as eleições gerais que contaram com o apoio da Força de Estabilização de Paz da ONU e da Organização dos Estados Americanos (OEA).
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