Curitiba O Paraná apresenta números relativamente estáveis em relação à aids. Foram 1.018 novos casos entre adultos no ano passado (os números de 2005 ainda estão sendo computados) contra 1.343 em 2003, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. A incidência vinha aumentando até 2001 e começou a cair nos últimos anos. Na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), o pico foram os 764 casos de 2000. No ano passado, a RMC registrou 463 contágios, segundo os números oficiais.
O quadro ainda é preocupante, segundo a coordenadora das atividades preventivas em Curitiba, Mariana Thomaz. Ela diz que três ou quatro anos representam um período muito breve para se dizer que a aids está sendo vencida. Além de manter as atividades desenvolvidas nos últimos anos, agora é preciso evitar que as pessoas baixem a vigilância, relata.
Para Mariana, os casais adultos representam o grupo mais resistente à conscientização. "Convencer a mulher ou o homem não é tão difícil, o problema está na discussão entre eles. Quando conversam sobre o uso de camisinha, todos os valores vêm à tona: a fidelidade, a confiança, a moral." Quem exige o uso de camisinha precisa enfrentar o rótulo de infiel ou inseguro, lamenta.
Para o ativista Igo Martini, diretor de Operações do Grupo Dignidade, a reação dos adolescentes é o que mais preocupa. "Eles acreditam estar diante de um mundo mágico e muitos pensam até que aids tem cura", alerta. Esses mitos acabam tornando a tarefa de chamar a atenção para o risco da aids mais difícil, relata.
Segundo o estudo divulgado ontem pelas Nações Unidas, boa parte dos jovens desconhecem métodos contraceptivos. Na faixa entre 15 e 24 anos, 38% não souberam mencionar os meios de contágio da aids espontaneamente. Por outro lado, o diretor do Programa Nacional de DST/ aids, Pedro Chequer, afirma que mais de 90% dos jovens mostram que sabem indicar como se evita a doença quando vêem uma lista de respostas.
Casais e adolescentes devem ser alvo da campanha que está sendo preparada, em Curitiba, para 1.º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids. A principal atividade será um arrastão no Calçadão da Rua XV de Novembro. Devem ser mobilizados servidores municipais e ativistas das 19 organizações não-governamentais que atuam na capital.
Todo mês, cerca de 190 mil camisinhas são distribuídas em Curitiba, em 103 unidades de saúde, segundo a prefeitura. Nos cinco postos de emergência abertos 24 horas por dia não há distribuição. Entidades como o Grupo Dignidade (Avenida Marechal Floriano Peixoto, 366, 4.° andar, sala 47) também entregam camisinhas gratuitamente.
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