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A Administração Nacional da Seguridade Social (Anses), órgão previdenciário da Argentina, aceitou nesta quinta-feira (6) um pedido do presidente Javier Milei de abrir mão no futuro da aposentadoria a que ex-presidentes e ex-vice-presidentes do país têm direito.
“Venho por meio desta manifestar a minha decisão inabalável de não exercer o direito à aposentadoria privilegiada conferida pelo regime de benefícios mensais vitalícios previsto no artigo primeiro da Lei nº 24.018”, diz uma carta de Milei enviada à presidência da Anses, que respondeu de forma afirmativa, segundo o jornal Clarín.
Milei, que apontou no comunicado que se submeterá ao regime geral previdenciário, já havia adiantado na quarta-feira (5) que abriria mão do benefício.
Ontem, dentro do mesmo projeto que estabelece uma nova fórmula previdenciária que Milei prometeu vetar, uma proposta para eliminar as aposentadorias para ex-presidentes e ex-vice-presidentes da Argentina naufragou em votação na Câmara dos Deputados.
Na carta à Anses, Milei escreveu que “os acontecimentos ocorridos ontem no Honorável Congresso da Nação” mostram que “a nossa classe política está mais preocupada em manter os seus privilégios delirantes do que em trabalhar para reverter o modelo que fracassou no último século”.
O presidente alegou que, “depois de [a Argentina] ter vivido durante décadas as consequências desastrosas do gasto público desenfreado”, é “imperativo que os líderes políticos deem o exemplo e adotem medidas concretas para conter o déficit orçamentário”.