Cidade do México - O oposicionista Partido da Revolução Institucional (PRI) venceu 5 dos 6 governos estaduais que estavam em disputa nas eleições legislativas e regionais de domingo no México. Levou também a prefeitura de Guadalajara, a segunda maior do país, além da maioria na Câmara dos Deputados.
A votação foi marcada pelo número recorde de votos brancos/nulos: 5,39% nacionalmente, o dobro da média, e 11% no Distrito Federal, fruto de uma campanha de rejeição à classe política liderada por grupos na internet. Os "nulistas foram criticados por pregar contra a democracia representativa e, colateralmente, fortalecer o PRI, que controlou o Estado mexicano de 1929 a 2000.
O partido impôs a maior derrota ao Partido da Ação Nacional (PAN), do presidente Felipe Calderón, em ao menos uma década. Guadalajara, no sudoeste, estava em poder dos panistas desde 1994.
Dos seis estados em disputa, o PRI manteve o poder em três, incluindo Nuevo León, principal polo industrial, ganhou outros dois e perdeu um. Assim, controla 19 de 31 estados.
Os priistas, que se dizem de centro-esquerda, ficarão com 243 cadeiras na Câmara, e, em aliança com os verdes, terão 261 dos 500 deputados. O PAN passará de 206 para 140, sem poder para sustentar um veto presidencial. O esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD) encolheu e ficará com 76 cadeiras. O resultado oficial sai amanhã. Não houve mudança no Senado, onde o PAN tem maioria.
É neste cenário que Calderón terá de negociar até 2012 suas reformas trabalhista e tributária, além de mudanças para investimento no setor energético, em meio à crise econômica.