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Enrique Pena Nieto, ao lado de sua mulher, comemora vitória das eleições no México | REUTERS/Tomas Bravo
Enrique Pena Nieto, ao lado de sua mulher, comemora vitória das eleições no México| Foto: REUTERS/Tomas Bravo

O candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Enrique Peña Nieto, venceu a eleição presidencial deste domingo (01) no México, segundo projeções baseadas em pesquisas de boca de urna divulgadas por vários veículos.

O jornal El Universal dava 42% dos votos a Peña Nieto, 31% ao candidato da esquerda, Andrés Manuel López Obrador, e 24% a Josefina Vázquez, do Partido Ação Nacional, no poder.

O canal estatal TV Once atribuiu 42% a Peña Nieto, 31% a Lopez Obrador e 23% a Vázquez.

O resultado traz o PRI de volta ao poder 12 anos depois de ter perdido a presidência, após mais de 70 anos na liderança da política mexicana.

Segundo as projeções, o PRI também venceu em quatro dos seis estados em disputa, incluindo Jalisco, cuja capital é Guadalajara, a segunda maior cidade do país, derrotando a Ação Nacional.

O primeiro resultado oficial, baseado em 7.500 urnas selecionadas, está previsto para às 23H45 local (01H45 de Brasília), segundo o Instituto Federal Eleitoral.

No total, 143.132 seções eleitorais em todo o país foram habilitadas para receber 79,5 milhões de mexicanos, para votação em turno único que decidiu o sucessor do presidente Felipe Calderón, por um período de seis anos, e que também renovou as duas câmaras do Congresso.

Na Cidade do México, onde também ocorreu eleição para prefeito, a esquerda obteve uma ampla vitória, elegendo o ex-procurador local Miguel Ángel Mancera.

Segundo os jornais Reforma e Milenio, o candidato do Movimento Progressista recebeu 61% dos votos, ficando 38 pontos à frente do segundo colocado, Beatriz Paredes, da aliança entre o Partido Revolucionário Institucional (PRI) e os Verdes, que obteve 23%.

A candidata da conservadora Ação Nacional (PAN), Isabel Miranda, recebeu 14%, de acordo com as projeções realizadas pelo Instituto Gea-Isa.

A Cidade do México está sob a administração da esquerda desde que começou a eleger seu prefeito, em 1997.

Volta

Peña Nieto, acompanhado por centenas de seguidores, votou em sua cidade natal de Atlacumulco, no subúrbio da capital mexicana.

Impulsionado pela máquina do PRI e favorecido por seu jeito de galã de telenovela, Peña Nieto, advogado de 45 anos, prometeu um "governo eficaz" que proporcione segurança e crescimento econômico, em um país assolado pela violência e pela pobreza, que aflige 47% dos 112 milhões de mexicanos.

Seu principal adversário, López Obrador, ex-prefeito da Cidade do México de 58 anos, que votou no sul da Cidade do México, pediu uma participação massiva: "É a única arma que os cidadãos têm para conseguir a mudança".

Criticado pela violência desencadeada pela ofensiva contra as drogas de Calderón, o PAN sofreu uma grande derrota, com uma candidata que não conseguiu se livrar da imagem de "continuidade", mesmo prometendo ser "diferente".

Ameaça

Helicópteros e policiais vigiaram os centros de votação e instituições estratégicas da populosa Cidade do México, e os militares patrulharam as regiões mais violentas, como Tamaulipas, Veracruz, Nuevo León e Guerrero, onde atuam poderosos cartéis, como Los Zetas e o de Sinaloa, que disputam o controle das rotas das drogas.

"A segurança é o mais importante, foi o que determinou o meu voto", disse à AFP Gabriel González, um professor de 49 anos, em Monterrey -capital de Nuevo León, próximo de um quartel da polícia, fechado depois de ter sido atacado a tiros e com uma granada no início do ano.

Apesar do esquema montado, duas pessoas foram assassinadas neste domingo em um ataque a um posto de combustíveis perto de um centro eleitoral no estado de Veracruz, embora o governo da região tenha negado qualquer relação do fato com as eleições.

"Um grupo de indivíduos atacou um posto de combustíveis em San Vicente", em Veracruz, e "assassinou duas pessoas", disse à imprensa Antonio Ignacio Manjarrez, membro do Instituto Eleitoral de Veracruz.

Apesar das ameaças que pairam sobre o processo, Leonardo Valdés, presidente do Instituto Federal Eleitoral (IFE) prometeu "a festa democrática mais limpa e imparcial".

O movimento universitário "#YoSoy132", que acusa a imprensa, principalmente a gigante Televisa, de promover Peña Nieto, organizou protestos no sábado para exigir eleições limpas.

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