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Primárias em New Hampshire trazem Hillary sob pressão e Trump em busca de revanche

A história recente diz que nenhum candidato que não tenha terminado entre os dois primeiros em New Hampshire chegou à Casa Branca | SPENCER PLATT/AFP
A história recente diz que nenhum candidato que não tenha terminado entre os dois primeiros em New Hampshire chegou à Casa Branca (Foto: SPENCER PLATT/AFP)

O estado de New Hampshire realiza nesta terça-feira (9), sob a neve, as primárias presidenciais dos Estados Unidos, tendo como favorita a democrata Hillary Clinton, mesmo sob pressão de Bernie Sanders, e Donald Trump liderando as pesquisas do lado republicano.

Pequeno território do nordeste dos Estados Unidos com cerca de 880 mil eleitores, New Hampshire tem um valor simbólico nas eleições primárias, e os candidatos multiplicaram esforços para convencer os eleitores, especialmente os quase 400 mil inscritos como independentes.

O magnata Donald Trump lidera as pesquisas entre os republicanos com uma vantagem de 17 pontos em média, e Sanders, senador por Vermont (estado vizinho a New Hampshire), supera Hillary Clinton por 12 pontos no lado democrata.

No pitoresco povoado de Canterbury, de 3 mil habitantes, os primeiros eleitores começavam a chegar ao centro para votar na prefeitura, desafiando a baixa temperatura e uma grossa camada de neve.

David Emerson, um carpinteiro com um cartaz de Sanders, disse que planejava ficar ali o dia todo: “Isto é o mais importante para mim, estar aqui com o cartaz. Ele é o único que vale a pena apoiar. Hillary deixa claro que é a mesma velha história. Bernie fala de todas as coisas que são necessárias fazer”, afirmou.

Seleção

Depois de Iowa (centro dos EUA), que deu a partida no dia 1º de fevereiro na corrida às eleições presidenciais de novembro, New Hampshire é a segunda etapa do longo processo de seleção de candidatos que termina com as convenções de julho.

Buscando a nomeação pela segunda vez após sua derrota diante de Barack Obama em 2008, Hillary obteve uma vitória mínima sobre Sandres (49,8% a 49,6%). Já o senador ultraconservador do Texas (sul dos EUA), Ted Cruz, surpreendeu Trump, ao derrotá-lo por 27,7% contra 24,3%. Nas pesquisas de intenções de voto, o verborrágico magnata aparecia como franco favorito.

A história recente diz que nenhum candidato que não tenha terminado entre os dois primeiros em New Hampshire chegou à Casa Branca. Pode servir, portanto, como filtro do populoso lado republicano, com nove aspirantes liderados por Trump, Cruz e o senador Marco Rubio (Flórida, sudeste dos EUA).

Pelo segundo posto

A importante porcentagem dos independentes e a fama de imprevisibilidade de New Hampshire fizeram muitos candidatos empurrarem até quase o último minuto a busca pelos votos.

“Esta é a hora da verdade. Devem sair, devem ir votar”, convocou Trump diante de milhares de seguidores em um comício na noite de segunda-feira.

Karen Carone, uma mulher que cuida de idosos na pequena cidade de Loudon, assegurou que Trump “parece estar falando pela maioria silenciosa”, depois de ter votado nele.

No lado republicano, trata-se da luta pelo segundo lugar depois de Trump e pela sobrevivência para aqueles que arrastaram magros resultados em Iowa, como o governador republicano de Nova Jersey, Chris Christie.

Em ascensão, encontra-se Marco Rubio, filho de imigrantes cubanos e o mais jovem dos aspirantes à Presidência americana com 44 anos, revelação em Iowa com seu terceiro lugar próximo a Trump (23,1%).

Outro bem posicionado segundo as pesquisas é o governador de Ohio (norte), John Kasich, enquanto Ted Cruz chega fortalecido por seu triunfo em Iowa.

Ao contrário, o ex-governador da Flórida Jeb Bush poderá estar jogando seus últimos cartuchos e um mau resultado pode deixá-lo à beira do abismo às vésperas das primárias de Nevada (sudoeste) e da Carolina do Sul (leste).

Hillary para cima

No campo democrata, o panorama é mais claro, mas não por isso menos disputado, já que o autoproclamado “socialista” Sanders, motivador de uma revolução política no país e apoiado pelos mais jovens, poderá conseguir uma ampla vitória.

Um resultado assim aumentaria a pressão sobre a ex-secretária de Estado, cuja cômoda liderança de meses atrás parece ter evaporado.

Hillary e sua filha Chelsea foram na manhã desta terça-feira ao centro de votação em Manchester, onde foram cumprimentadas por voluntários. Ao ser questionada sobre se ganharia, Hillary afirmou: “Sabem, me encanta a forma com que New Hampshire faz isso. Gosto do modo com que as pessoas de New Hampshire encaram com tanta seriedade”.

À medida que a distância entre ambos diminui, a tensão entre Hillary e Sanders tem crescido, com acusações do senador pelo dinheiro que a ex-primeira-dama recebeu do banco Goldman Sachs.

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