A primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko declarou neste sábado (13) que tem provas de fraude nas eleições presidenciais de 7 de fevereiro que elegeram Victor Yanukovich e disse que ela vai contestar o pleito nos tribunais.
"Quero dizer claramente: Yanukovich não é nosso presidente. O que quer que aconteça no futuro, ele nunca será o presidente da Ucrânia eleito de forma legítima," disse ela em declaração exibida em rede nacional.
Ao mesmo tempo, ela prometeu não pedir às pessoas que saiam em protesto como ela fez quando questionou as eleições de 2004 no que ficou conhecido como a Revolução Laranja. "Não vou convocar outro 'Maidan' [manifestação na Praça da Independência] e não vou permitir protestos públicos," disse ela.
A recusa de Tymoshenko de conceder a vitória ou de renunciar a seu posto como pediu Yanukovich indica que haverá mais distúrbios políticos no ex-país soviético de 46 milhões de habitantes.
Analistas dizem que a contínua instabilidade política ameaça qualquer possibilidade de uma rápida recuperação econômica e a volta da ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional.
Tymoshenko disse que vários tipos de fraudes afetaram mais de um milhão de votos, um número que ela diz que teria lhe dado a vitória.
De acordo com números preliminares oficiais, Yanukovich ganhou por uma margem de 3,5%, ou aproximadamente 880 mil votos.
"Com todas as provas que tenho, tomei a única decisão possível: contestar os resultados da eleição nos tribunais. Vou defender nosso estado e a escolha que fizemos com base em documentos," disse ela.