A primeira-ministra britânica Theresa May se emociona ao anunciar sua renúncia| Foto: Tolga AKMEN/AFP

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira (24) que deixará o comando do Partido Conservador em 7 de junho. Em breve discurso diante da residência oficial dos premiês em Londres, May explicou que seguirá como primeira-ministra durante a escolha do próximo líder do Partido Conservador, que será, consequentemente, o próximo premiê.

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May afirmou que a disputa pelo comando do partido deve começar na semana seguinte à saída dela da liderança conservadora. Ela disse que, em uma democracia, é importante sobretudo respeitar a vontade popular, que foi pela saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) na votação de 2016. "Infelizmente, não tenho conseguido aprovar o acordo" com a UE no Parlamento britânico, admitiu, lembrando as três tentativas fracassadas. Nesse quadro, ela disse que "está claro para ela" que é "do melhor interesse do Reino Unido" sua saída do posto.

A premiê ainda terminou seu pronunciamento com a voz embargada, ao lembrar que foi a segunda premiê da história do Reino Unido, "mas certamente não serei a última". May chegou ao poder justamente em julho de 2016 e, antes dela, apenas a também conservadora Margaret Thatcher havia ocupado esse cargo, entre 1979 e 1990.

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May agora se junta a uma série de primeiros-ministros conservadores que caíram, em parte, por causa do relacionamento do Reino Unido com a Europa, assim como David Cameron, John Major e Thatcher.

É provável que o Partido Conservador escolherá alguém que pelo menos considere a perspectiva de um Brexit sem acordo – que forçaria o país a deixar a UE sem um período de transição, sob as rígidas regras da Organização Mundial do Comércio. Economistas preveem que uma saída abrupta causaria estragos em ambos os lados do Canal da Mancha.

Quem será o próximo premiê?

Boris Johnson, um político linha-dura quanto ao Brexit, disse uma vez: "Minhas chances de ser PM são tão boas quanto as chances de encontrar Elvis em Marte". No entanto, ele é o favorito nas pesquisas de opinião e nos mercados de apostas para se tornar o 77º premiê britânico.

Johnson é popular com as bases conservadoras, que desempenham um papel fundamental na escolha do líder do partido. Ele serviu dois mandatos como prefeito de Londres, que tradicionalmente vota com o Partido Trabalhismo, provando que ele também tem algum apelo entre partidos. Mas ele perdeu o apoio em alguns círculos após o referendo de 2016, quando se apresentou como o rosto da campanha do Brexit. E seu histórico como secretário do Exterior de May foi misto.

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Alguns outros já declararam que querem o cargo máximo, incluindo o Secretário de Desenvolvimento Internacional, Rory Stewart, e a ex-secretário de Trabalho e Previdência Esther McVey. Andrea Leadsom, que renunciou ao cargo de líder da Câmara dos Comuns nesta semana, foi um dos nomes mais cotados para premiê em 2016, quando May ganhou a disputa, e agora está "considerando" concorrer ao cargo.

Uma série de outros devem se juntar à disputa. Entre os possíveis candidatos: o vice de May, David Lidington, o ex-secretário do Brexit Dominic Raab, o secretário do Meio Ambiente, Michael Gove, e o secretário do Exterior, Jeremy Hunt.

Sob as regras do Partido Conservador, qualquer parlamentar pode concorrer. Legisladores conservadores, em seguida, votam em uma série de rodadas, removendo a pessoa com o menor número de votos, até restarem apenas dois. Os membros do Partido Conservador então selecionam seu candidato preferido.