O ditador norte-coreano, Kim Jong-Un, em evento na Rússia, em 2019.| Foto: EFE/ Alexei Nikolsky / Sputnik
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Desde o início da pandemia de Covid-19, a Coreia do Norte nunca tinha anunciado oficialmente casos da doença no país. Nesta quinta-feira (12), pela primeira vez, a mídia nacional admitiu um surto de coronavírus e declarou "grande emergência nacional".

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"Surgiu uma ruptura em nossa frente de prevenção de epidemias de emergência que havia sido firmemente defendida até agora", declarou a agência de notícias oficial KCNA. De acordo com o comunicado, amostras coletadas na capital, Pyongyang, de pessoas que estavam com febre mostraram uma subvariante da cepa Omicron.

Apesar de fazer a primeira admissão pública sobre a doença, a mídia oficial não anunciou o número de pessoas infectadas. Desde terça-feira (10), a Coreia do Norte impôs lockdown. O ditador norte-coreano, Kim Jong Un, convocou uma reunião do Partido dos Trabalhadores, ordenando um "bloqueio estrito" em todo o país e a mobilização de suprimentos médicos de reserva de emergência.

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Coreia do Norte teve política "secreta" de controle da Covid-19

Por mais de dois anos, o ditador da Coreia do Norte impôs severas restrições para controlar a dispersão do vírus no país, até mesmo viagens entre províncias. No entanto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o final de março, o país asiático registrou apenas pouco mais de 64 mil testes (em uma população de 25 milhões) para a Covid-19, todos com resultados negativos.

Além disso, a Coreia do Norte havia recusado o fornecimento de vacinas da China, mesmo sendo elegível para o programa global de compartilhamento de vacinas Covax. Em fevereiro deste ano, o laboratório reduziu o número de doses alocadas para o país, por não conseguir entregar nenhuma remessa.

Mesmo sem nunca ter anunciado oficialmente os casos de Covid-19, no ano passado, Kim Jong Un alertou sobre a "irresponsabilidade" de funcionários de alto escalão. Eles foram demitidos devido ao descumprimento das regras de contenção da doença. Segundo a agência oficial, os erros podem levar a um “desastre mortal e destrutivo”, mas a real situação do país é uma incógnita para o resto do mundo.

País levanta alerta enquanto a vizinha China vive forte lockdown

As restrições de movimento na Coreia do Norte foram decretadas semanas após o país suspender uma operação comercial com a China. O episódio acontececeu depois de um pico de casos de Covid-19 nas províncias de Liaoning e Jilin, que fazem fronteira com a Coreia.

Da mesma forma, a China impôs recentemente novas restrições de movimento acontecem em diversas regiões, com mais força em Xangai. A cidade já está na sexta semana de bloqueios, com mais de 25 milhões de pessoas em isolamento radical. A política de lockdown da China vai na contramão das medidas adotadas na maior parte do mundo, de reabertura de mercado e restauração das liberdades pessoais. A nova onda de exessivas restrições chegou depois de que a vida parecia já ter voltado ao normal no país.

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Na semana passada (5), o ditador chinês, Xi Jinping, declarou que não toleraria “atos que distorçam ou neguem as políticas de prevenção epidêmica do país”. Nesta quarta-feira (11), o porta-voz chinês, Zhao Lijian, chamou a OMS de irresponsável por considerar a política chinesa de controle do coronavírus como “insustentável”.

Como os dois países asiáticos controlam as mídias e redes sociais, além de não declararem os reais números da pandemia, é difícil calcular os riscos que a atual situação desses países gera para a saúde mundial.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]