As primeiras projeções sobre os resultados das eleições no Chile realizadas ao longo deste domingo (17), indicam que o candidatos de oposição Miguel Sebastián Piñeira (Alianza), de centro-direita, tem 50,8 % dos votos já apurados e está na frente do governista e ex-presidente Eduardo Frei Ruiz (Concertación), que conta com 49,2% dos votos apurados. Frei é apoiado pela presidente chilena, Michelle Bachelet.
A perspectiva de vitória de Piñeira registra o retorno da direita, por meio da confirmação das urnas. Nas eleições de 1958 o ex-presidente Jorge Alessandri, da direita, venceu o socialista Salvador Allende. Mas a eleição mais apertada da história do Chile, anterior a esta, foi da disputa entre Ricardo Lagos (esquerda) e Joaquín Lavíin (direita) em 2000.
A contagem dos votos começou por volta das 17h, logo depois de encerradas as votações nas principais zonas eleitorais. No total 8.285.186 chilenos estavam aptos para votar neste domingo, sendo a maioria de mulheres. Porém, a expectativa é de ter ocorrido um elevado número de abstenções. Foi menor a quantidade de votos nulos e brancos do que o estimado pelos especialistas.
Pelas contagens iniciais, Piñera sai na frente de Frei em todas as zonas eleitorais. Mas nestas eleições houve um fenômeno: diferenças expressivas entre as zonas eleitorais indicando que há uma tendência de fidelidade por regiões política do Chile.
Os dois candidatos programaram comícios para a noite deste domingo. À espera do resultado das eleições, os correligionários dos dois candidatos organizaram seus palanques. O grupo de Piñeira montou esquema no hotel Crowne.
A equipe Frei armou palanque no hotel San Francisco a seis quadras de onde está o grupo de Piñeira. Os dois hotéis estão localizados na Plaza Itália, um dos principais pontos de Santiago. Mas, ao contrário do que ocorreu no primeiro turno, em dezembro, aliados do ex-presidente decidiram que não concederão entrevistas nem farão críticas em caso de derrota.
Ao longo do dia, houve apenas pequenos incidentes, como um rápido apagão no hotel onde está instalada a equipe de Frei. Em uma zona eleitoral, uma mulher que sofre de Alzheimer tentou votar e foi impedida. Já em outra zona eleitoral houve problemas com os códigos das cédulas.
Aliados de Piñeira, de centro-direita, e Frei, de centro-esquerda, afirmam que uma vez eleito, o novo presidente deve ir ao Brasil e Argentina. Há consenso sobre isso nas duas campanhas políticas.