Chegou à Venezuela nesta terça-feira (16) o primeiro carregamento de ajuda humanitária enviado pela Cruz Vermelha ao país. A ajuda chegou em um avião, que pousou no Aeroporto Internacional de Maiquetía, próximo a Caracas
O carregamento inclui suprimentos médicos e medicamentos, que estão em falta no país – um dos resultados da crise econômica que a Venezuela enfrenta. Além destes, o avião, que veio do Panamá, também carregava 14 geradores de energia e 5.000 litros de água, segundo a agência de notícias Reuters.
Segundo o jornal venezuelano El Nacional, a ajuda será distribuída entre 28 hospitais do país e oito centros de atenção primária.
O ditador venezuelano Nicolás Maduro havia feito um acordo com o CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) no dia 10 de abril, no qual concordou com a entrada de ajuda no país. Maduro, que nega a existência de uma crise humanitária no país e culpa a oposição e os norte-americanos pelos problemas enfrentados pela Venezuela, afirmou que a cooperação deve ser administrada "sem politicagem, sem politização fraudulenta e pelas formas de legalidade e respeito".
Segundo o congressista Miguel Pizarro em entrevista à Reuters, a não-interferência de Maduro à entrada da ajuda é um passo positivo e novos carregamentos devem chegar nos próximos dias.
Conquistas e derrotas
Juan Guaidó, líder da oposição e presidente interino da Venezuela reconhecido por mais de 50 países, disse que hoje é um dia de "conquistas para todos os venezuelanos e de grande derrota para o usurpador".
"Hoje o regime se vê obrigado a reconhecer o seu fracasso e toda a Venezuela deve ter a certeza de que vamos pelo caminho correto até a nossa liberdade", disse Guaidó pelo Twitter.
Em sessão da Assembleia Nacional, da qual também é presidente, nesta terça-feira, Guaidó afirmou que "nem mesmo ao aceitar a ajuda reconhecem a emergência humanitária. Eles [o regime] criaram esta tragédia em que vivemos". Segundo o jornal venezuelano Efecto Cocuyo, Guaidó ainda disse que o Parlamento já havia denunciado a complexa emergência humanitária do país três anos atrás.
Em 23 de janeiro deste ano, Guaidó havia tentado entrar com doações de alimentos e medicamentos na Venezuela a partir das fronteiras com Brasil e Colômbia, mas a entrada foi bloqueada por Maduro com a ajuda do exército do país.
O ministro da Saúde do chavismo, Carlos Alvarado, disse que o carregamento de ajuda humanitária "vem das mãos do presidente Nicolás Maduro e do governo bolivariano", em pronunciamento à televisão estatal.
No dia 10 de abril, o secretário-geral-adjunto para Assuntos Humanitários das Nações Unidas, Mark Lowcock, pediu apoio à comunidade internacional para resolver o "problema humanitário muito real venezuelano". Segundo ele, 7 milhões de venezuelanos, cerca de 25% da população, precisa de ajuda humanitária. Mulheres grávidas, doentes crônicos e crianças são os mais afetados.
Eleição sem Lula ou Bolsonaro deve fortalecer partidos do Centrão em 2026
Saiba quais são as cinco crises internacionais que Lula pode causar na presidência do Brics
Elon Musk está criando uma cidade própria para abrigar seus funcionários no Texas
CEO da moda acusado de tráfico sexual expõe a decadência da elite americana