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O primeiro encontro direto entre autoridades do Paquistão e membros do principal grupo talibã do país, o TTP, previsto para esta terça-feira (25), foi suspenso "por causa do mau tempo", disse aos veículos de comunicação do país um mediador dos insurgentes.

Fontes oficiais anônimas citadas pela imprensa local anunciavam para esta terça o primeiro contato direto entre o governo e os talibãs, a denominada segunda fase de um diálogo iniciado em fevereiro, mas que não teve avanços significativos.

"Já foi estabelecido um lugar para a primeira reunião, mas não vamos revelá-lo", afirmou um dos mediadores que representou os talibãs na primeira rodada de contatos, o clérigo Ibrahim Khan, que acrescentou que o encontro vai acontecer "talvez esta semana".

"O governo paquistanês anunciou que é preciso esperar que o tempo melhore", disse Khan, ao também detalhar que as autoridades "estão investigando os nomes da delegação do TTP".

Na primeira fase das conversas, o governo esteve representado por quatro emissários não ligados à Administração e os talibãs por três clérigos próximos da insurgência, mas agora é esperado um encontro direto entre as partes.

Pelo Executivo paquistanês participarão o secretário de Portos, Habibullah Khan, um membro da equipe do primeiro-ministro, Fawad Hassan, um responsável governamental para as áreas tribais, Mohammed Arif, e o ex-diplomata Rustam Sha, que já fez parte do primeiro grupo de negociadores.

Segundo a imprensa local, a localização escolhida para as reuniões será possivelmente um enclave do cinturão tribal, seguramente situado próximo, mas não dentro, do Waziristão do Norte, o principal bastião da insurgência talibã.

Nos últimos dias, analistas e fontes ligadas à negociação afirmaram que o primeiro encontro será concentrado na busca por medidas que permitam gerar confiança entre as partes, especialmente as relacionadas à troca de prisioneiros.

O processo de diálogo ficou seriamente ameaçado pela continuação da atividade insurgente apesar do cessar-fogo ditado pelo TTP, que afirma não ter relação com ataques como o que há três semanas causou a morte de 11 pessoas em um tribunal de Islamabad.

Segundo um recente relatório do Instituto Paquistanês para Estudos da Paz (PIPS, sigla em inglês), no ano passado ocorreram no país asiático mais de 1,7 mil atentados terroristas - 61% deles cometidos pelo TTP e seus aliados -, nos quais cerca de 2,5 mil pessoas morreram, um número 19% maior que em 2012.

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