O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, irá se encontrar com Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro antes da posse do presidente eleito. A reunião deve ocorrer na casa de Bolsonaro no dia 28, quando Netanyahu chega ao Brasil para uma visita de cinco dias.
Ele ficará na capital fluminense e voará a Brasília para a posse em 1º de janeiro, antes de voltar a Israel. A data do encontro foi adiantada pela TV estatal israelense Kan 11.
A aproximação do chefe de governo israelense com o Brasil é inédita. Historicamente, o Brasil defende uma posição de neutralidade nos conflitos do Oriente Médio, muitas vezes com inclinação em favor dos países árabes nas disputas com o Estado judeu.
Isso se reforçou nos governo dos PT, quando o país reconheceu a Palestina como um Estado – há embaixadas tanto em Brasília quanto em Ramallah, na Cisjordânia.
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Bolsonaro promete mudar isso. Já disse que não reconheceria a Palestina e, principalmente, defendeu a mudança da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, reconhecendo a cidade sagrada como capital de Israel.
Com isso, imita seu ícone, o americano Donald Trump, causando contrariedade entre países muçulmanos. A Liga Árabe já se manifestou contra a intenção de Bolsonaro, por exemplo.
A ONU recomenda, em resolução do Conselho de Segurança acatada pelo Brasil até aqui, que não se reconheça Jerusalém como capital até que haja solução com dois Estados, presumindo-se que a metade oriental da cidade será sede do governo palestino.
Alguns países, como a Rússia, adotam uma solução salomônica. Reconhecem Jerusalém Ocidental como capital israelense, mas esperam que a Palestina se estabeleça para mover sua embaixada.
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O problema adicional para o Brasil é que boa parte de sua produção de carne de frango e bovinos é feita sob as especificações islâmicas, o chamado halal. Há o temor na agroindústria que um apoio explícito a Israel feche mercados, hoje responsáveis por quase metade das exportações desses itens.
Ligação religiosa
Netanyahu dá demonstrações seguidas de apreço por Bolsonaro. Na segunda, segundo o jornal The Jerusalem Post, ele disse que o Brasil está "à beira de uma revolução" nas suas relações com Israel.
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É a primeira vez que um premiê israelense vem ao país – e a segunda à América Latina, visitada por ele em 2017, que dispensou o Brasil por considerar o governo hostil ao seu.
A inclinação de Bolsonaro por Israel decorre de sua proximidade dos evangélicos brasileiros, que apoiam o Estado judeu porque o consideram uma "verdade bíblica" -termo usado pelo eleito.
Alguns setores religiosos, emulando fundamentalistas americanos, também vêm Israel estabelecido como precondição para a volta de Jesus Cristo à Terra.
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