Vídeo mostra prêmie japonês tenso no discurso de despedida no Parlamento
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O premiê do Japão,Yasuo Fukuda, anunciou nesta segunda-feira (1) sua renúncia, em uma tentativa de superar um impasse político no país.
Em entrevista, ele disse que tomou a decisão por acreditar que sua saída seria "o melhor para o Japão".
"Decidi renunciar. Precisamos de uma nova equipe para tratar com a nova legislatura", disse.
Fukuda, de 72 anos, vinha enfrentando dificuldades para governar por conta das divisões no Parlamento. A câmara alta, dominada pela oposição chefiada pelo Partido Democrata, vinha protelando a aprovação de leis mandadas pelo executivo.
A renúncia não significa automaticamente que vá haver nova eleição. O partido de Fukuda, o Liberal Democrata, deve escolher um novo líder e ganhar a confiança da câmara baixa do parlamento e tentar formar um governo de coalizão.
Segundo analistas, o ex-chanceler Taro Aso, atual secretário-geral do partido, seria o nome mais cotado para a vaga.
O Partido Democrata criticou a decisão e pediu a antecipação das eleições gerais, marcadas originalmente para setembro de 2009.
Naoto Kan, número dos do partido, disse que o próximo premiê deve "dissolver rapidamente a Câmara de Representantes" e convocar eleições gerais.
Fukuda enfrentava uma queda nos índices de popularidade depois do anúncio de um pacote emergencial de reformas economicas.
O pacote econômico, que inclui gastos extras de US$ 16,5 bilhões para aliviar empresários e consumidores que têm sofrido com o aumento dos preços dos alimentos e do petróleo, foi anunciado na sexta-feira. O plano, entretanto, não deve suficiente para ajudar a reverter a desaceleração do crescimento econômico japonês.
O país, que tem a segunda maior economia do mundo, registrou em julho o maior índice de inflação em quase 11 anos, de 2,4% em comparação ao mesmo mês em 2007, uma conseqüência do aumento dos preços da energia e dos alimentos. Foi a primeira vez que a inflação no Japão chegou a este nível desde outubro de 1997.
O valor total do pacote econômico anunciado na sexta é de aproximadamente US$ 107 bilhões, mas a maior parte disso inclui medidas que não envolvem diretamente dinheiro, como garantias de empréstimos para pequenos negócios, o que analistas ponderam que fará pouco para diminuir a ansiedade do público em relação às perspectivas negativas para a economia.
Impopular
Fukuda, um conservador moderado que defendia a integração do Japão com seus vizinhos asiáticos, havia assumido em setembro do ano passado, depois que Shinzo Abe renunciou inesperadamente.
Desde então, sua popularidade despencou por conta das dúvidas sobre seu poder para negociar com um parlamento dividido.
Uma pesquisa do jornal econômico "Nikkei", publicada nesta segunda, mostra que o apoio popular a Fukuda era de 29%, mesmo nível anterior ao de uma reforma de seu gabinete. A mesma pesquisa apontava Taro Aso como favorito à sua sucessão.
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