O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou sua renúncia nesta sexta-feira (28), alegando problemas de saúde. Com 65 anos, o homem que mais tempo ocupou o cargo vinha sofrendo há anos de colite ulcerativa, uma doença inflamatória do cólon. Em julho sua condição piorou, fazendo com que perdesse muito de sua energia e vigor. Ele disse que não queria que a doença dele afetasse as tomadas de decisões no país e por isso resolveu renunciar.
"Tenho lutado contra a minha doença e tenho que me tratar. A falta de saúde não deve levar a decisões políticas erradas. Devo produzir resultados continuamente”, disse Abe em coletiva de imprensa, segundo a emissora japonesa NHK. Em 2007, um ano depois de ter assumido pela primeira vez como primeiro-ministro do Japão, ele renunciou por causa da mesma doença. Voltou ao poder em 2012, dizendo que sua saúde estava melhor e a colite sob controle.
Seu mandato encerraria em setembro do ano que vem. Abe se desculpou por não conseguir cumprir algumas de suas promessas, como a conclusão de um tratado de paz com a Rússia em torno da disputa das Ilhas Curila e a reforma da Constituição, que foi instalada pelos ocupantes americanos no pós-guerra. Abe também lamentou não ter conseguido resolver a questão dos sequestros de cidadãos japoneses pela Coreia do Norte.
Ainda não se sabe quem assumirá como primeiro-ministro e nem como o seu partido, o Liberal Democrata, vai escolher o próximo líder do país. Abe disse que permanecerá no cargo até que seu sucessor seja nomeado.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”